A Guerra Fria, conflito entre os Estados Unidos e União Soviética, foi responsável pelo surgimento de novas tecnologias, como a "internet", em 1969. Essa nova forma de comunicação permitiu que militares e cientistas compartilhassem informações de forma segura e eficaz. Após anos da criação desse instrumento, é notável que parte da população ainda não possui acesso à "internet". Essa realidade se deve principalmente à inoperância estatal e à desigualdade social.
Sob esse viés, é notório que a negligência do poder público é um grave empecilho. Nessa perspectiva, o filósofo Jean-Jacques Rosseau afirma que na medida em que o Estado isenta-se da garantia dos direitos do cidadão há um descumprimento do contrato social elaborado junto a sociedade. A população brasileira que reside em áreas rurais ou periféricas encontra enorme dificuldade em arcar com os custos de aparelhos e planos de "internet" disponibilizados por operadoras telefônicas.
Além disso, essa marginalização da população sem acesso à "internet" agrava o quadro de desigualdade social, já presente na sociedade brasileira. No livro "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, o protagonista, desprovido do acesso ao conhecimento, acabava sendo explorado e humilhado por aqueles que detinham o saber. De maneira análoga, os indivíduos privados de acesso aos meios de comunicação, por muitas vezes, ocupam postos de trabalho considerados como inferiores pelo corpo social.
Logo, torna-se essencial superar esses preceitos que atestam, sobretudo, uma desigualdade no acesso à "internet", um dos principais meios de comunicação e compartilhamento de informações no mundo hodierno. Através de políticas públicas eficazes, será possível a democratização do acesso ao conhecimento.