Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman "nenhuma sociedade que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar respostas aos seus problemas". Com base em sua tese, pode-se analisar a falta de discussões ligadas ao tema do déficit habitacional no Brasil crescente nos últimos anos, assim em paralelo ao autor, impossibilitando o encontro de formas para superar a questão. Sendo necessário discutir as causas e consequências do problema.

Em primeira fase, pode-se anexar a ideia de Bauman a noção de Estado Racional de Friedrich Hegel, que vê o Estado como ente mediador de problemas sociais. Indo contra a proposta do autor, o Estado Brasileiro atua como catalisador da problemática, se negando a discuti-la ou resolvê-la. Assim levando ao aumento nas taxas de famílias sem moradia própria.

Ligada a isso, a invisibilidade outorgada aos mais pobres - e afetados pelo problema - gera a formação de periferias e favelas, abrigos mais baratos e de risco. A criação destes refúgios, por sua vez, causa piora no quadro de saúde pública do país, pela falta de tratamento de dejetos (humanos e animais), postos de saúde, e derivados nas localidades. Deixando esta camada populacional desamparada.

Assim, segundo as ideias de Hegel e Bauman, cabe ao Governo do Brasil auxiliar essa população, desenvolvendo programas de apoio social de distribuição habitacional aos mais financeiramente desafortunados. Além do governo, deve-se visar também o apoio da mídia, divulgando a situação e levando o tema a debate no corpo social comum nacional. Desta forma, levando o Estado e o povo a trabalharem pela melhora do bem-estar social.