Segundo o sociólogo francês, Émile Durkheim “é preciso sentir a necessidade da experiência, da observação, a necessidade de sair de nós próprios para acender á escola das coisas, se as queremos conhecer e compreender”, conciliando isto ao fato de que o assédio designa o ato de perseguir deliberadamente e reiteradamente a vítima, utilizando-se de diversas abordagens, dentre elas agressões verbais ou físicas, vê-se que o principal causador dessa violência é o machismo enraizado nesse tema, pelo fato da maioria das vítimas serem mulheres, abordando consequentemente o feminicídio.
O stalking se tornou um fenômeno no século XXI. Em tese, atualmente é comum conhecer uma pessoa antes por sua personalidade virtual do que pela real. Vê-se a perfeita representação de um stalking na série americana YOU, onde o personagem principal, Joe, tem um prazer sombrio em perseguir um certo padrão de mulheres e torna-las seu pedestal. Logo após conhecer Beck, Joe busca por ela nas redes sociais e em poucos minutos soube tudo sobre a vida daquela mulher. Fazendo uma breve ligação ao feminicídio, chama a atenção o fato de que “a maior parte dos homicídios de mulheres ocorre durante a fase da separação”, a violência e a autocracia acentuam-se neste momento e persistem por muito tempo após a separação. Eventualmente o homem recusa-se a deixar a ex-companheira livre, vendo à como sua propriedade, seguidamente cometendo o ato de perseguição.
Gilberto Dimenstein em sua obra “O Cidadão de Papel”, disserta acerca da ineficiência dos direitos constitucionais, ou seja, os cidadãos têm os direitos garantidos apenas no papel. É explicito o desleixo do governo para com a população quando se fala sobre garantir a segurança. No presente momento é possível acompanhar diversos casos de assédio seguido de agressão, onde a vítima tem sua fala duvidada, e o agressor mesmo que seja preso, é liberto pouco tempo depois. O que demonstra o descaso com as vítimas é o fato de que normalmente as violências de gênero são progressivas, iniciando pela coação psicológica até atingir a agressão física que pode chegar não tão raramente na prática de homicídio.
Consequentemente, é obrigação do governo garantir a segurança e o cumprimento de todas as leis da constituição que visam a proteção da população fragilizada. Sendo através de leis minunciosamente pensadas e exercidas para que as vítimas se sintam em segurança, como também a mudança das diretrizes sobre a fiança dos agressores a fim de garantir que os fatos não se repitam. Campanhas de publicitárias que garantam a disseminação da informação sobre o que fazer diante desse crime, posteriormente, a criação de um disque denúncia 24 horas. Mas nota-se que a população em si tem o dever de se conscientizar sobre o conteúdo publicado em suas redes sociais a fim de evitar casos de perseguição.