Conforme a filósofa Angela Davis afirma, "A opressão é multifatorial". Neste contexto, esse pensamento pode ser facilmente aplicado ao Brasil, uma vez que a violência contra a mulher e a falta de representatividade política intensificam a invisibilidade do trabalho de cuidadora. Portanto, esse problema precisa ser discutido com urgência.

Nesse contexto, é importante destacar a violência como um fator que limita o trabalho das cuidadoras no país. Na obra "Olhos d'água", da escritora Conceição Evaristo, a autora expõe a história da personagem Maria, uma mulher negra e trabalhadora que foi morta dentro de um ônibus ao ser confundida com um assaltante. Esse conto vai além da ficção e é facilmente observado na população brasileira, visto que a violência contra a mulher é algo pertinente no país. Exemplos disso incluem ex-companheiros que cometem feminicídio por não aceitarem o fim do relacionamento. Assim, a violência, sem dúvida, é um obstáculo para o trabalho das cuidadoras.

Além disso, é necessário reconhecer o cenário da falta de representatividade política como um problema que contribui para a invisibilidade do trabalho de cuidadora. Em 2023, apenas 19% das mulheres eram representantes na Câmara dos Deputados. Sob essa perspectiva, percebe-se que a escassez de mulheres na política reflete um problema em abordar questões voltadas para a melhoria das condições de vida das mulheres que trabalham em casa. Dessa forma, não há dúvida de que as pautas femininas não recebem a devida atenção na política.

Portanto, é necessário uma intervenção. Diante disso, o Estado brasileiro deve melhorar as condições do sistema público de segurança, por meio de investimento em policiamento e investigação de denúncias de violência contra a mulher. Além disso, as escolas devem promover a conscientização dos jovens sobre a importância do trabalho de cuidadora, por meio de palestras realizadas por pais e professores. Logo, ações como essas são fundamentais para solucionar esse problema.