O mito da caverna de Platão descreve a situação de pessoas que se recusavam a observar a realidade em virtude do medo de sair da sua zona de conforto. Fora da alusão, a realidade brasileira caracteriza-se com a mesma problemática no que diz respeito aos desafios da inclusão digital para a formação educacional dos indivíduos no Brasil. Nesse contexto, percebem-se configurações de um grave problema de contornos específicos, em virtude da falta de infraestrutura e falta de conhecimento.
Em primeira análise, a falta de infraestrutura mostra-se como um dos desafios para a resolução do problema. De acordo com dados do Tesouro Nacional, o investimento com infraestrutura é baixo e configura-se como o menor em 10 anos. No entanto, sem a infraestrutura não há como atuar na questão da inclusão digital para a formação educacional do indivíduo no Brasil. Assim, a priorização do dinheiro em outros setores, torna-se um impedimento para a resolução do problema.
Em segunda análise, a falta de conhecimento para manusear as novas ferramentas é um forte empecilho para a inclusão digital. Nesse contexto, o filósofo Schopenhauer defende que os limites do campo de visão de uma pessoa determina seu entendimento a respeito do mundo. Isso justifica outra causa do problema: se as pessoas não tem acesso à informação de como manusear equipamentos e dispositivos básicos sua visão de mundo será limitada, o que dificulta a erradicação do problema.
Logo, medidas estratégicas são necessárias para alterar esse cenário. O Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União devem fiscalizar o destino dos investimentos brasileiros, a fim de remanejá-los a áreas que mais necessitam. Para que tal destinação seja coerente com a realidade brasileira, estes órgãos podem criar consultas públicas, nas quais a população interaja e aponte os desafios para esta inclusão, que precisam ser resolvidos com urgência. Assim, a alusão de Platão se tornará menos aplicável à realidade brasileira atual.