A escritora brasileira Conceição Evaristo relata em "Olhos d' água", no conto Maria, uma denúncia ao preconceito e a violência sofrida no cotidiano pela população preta. No Brasil, em uma pesquisa realizada pelo G1, com foco no transporte público, foi afirmado que uma em cada três pessoas pretas já sofreu racismo. Nesse cenário, a persistência do racismo no Brasil, tem como obstáculo a falta de igualdade da sociedade e a falta de respeito de tal, diante dessa problemática.

A partir disso, é necessário uma reflexão do passado para compreender as causas desses males. Até chegar ao fim da escravidão, muitas leis foram criadas para que o preto tivesse mais liberdade, visando que a classe alta era quem os reprendiam e repeliam os direitos desses grupos. Leis como a Eusébio de Queiroz, de 1850 e do Ventre Livre, de 1871, se tornaram exemplos de medidas incapazes de melhorar o cotidiano da população. Três séculos após, a mesma resistência ainda está presente na sociedade, porém disfarçada de outra forma.


Nesse contexto, as porcentagens expressam as diferentes formas como o racismo se manifesta na vida cotidiana. Uma pesquisa realizada pela CUT, Central Única dos Trabalhadores, em todos estados brasileiros, no ano de 2022, revelou que os pretos ganham 40,2% a menos do que os brancos por hora trabalhada. Esse dado, em um país onde 53% da população se autodeclara negra, se torna um perigo, pois verifica-se que metade da população brasileira, está sujeita a uma péssima remuneração por conta da cor de sua pele, o que afeta ainda mais os jovens pretos.

Sendo assim, todos devem se opor a esse pensamento, servindo para a sua extinção na sociedade. Para isso, o governo juntamente com a secretaria da educação, deverá promover palestras e cursos profissionalizantes para qualificação da mão de obra, políticas públicas para a igualdade racial, fiscalizar em locais de trabalhos casos de preconceito, visando diminuir as desigualdades. Além do mais, inserir nos meios acadêmicos desde a educação infantil, o estudo da cultura afro, seja em instituições públicas ou privadas, com isso as crianças/jovens evitaram a continuidade desse erro histórico, como disse Maurício Morais, só conseguimos mudar o futuro fazendo algo diferente no presente.