O filme “Cidade de Deus” acompanha a trajetória de Buscapé, um jovem que busca se distanciar da realidade violenta da periferia. O filme expõe a discriminação, tanto velada quanto explícita, sofrida diariamente pelos negros no Brasil. Diante do fato de que o racismo representa um obstáculo de grandes proporções, é notório que esse cenário é resultado tanto da falta de responsabilidade social quanto da ineficácia dos mecanismos legais.
Segundo o filósofo historiador Voltaire, “preconceito é opinião sem conhecimento”. No entanto, é perceptível que as pautas raciais não são discutidas o suficiente. Logo, é imperioso destacar a lacuna de responsabilidade social, pois a ausência do combate e da reflexão acerca do assunto contribui para a perpetuação dessa problemática.
Ademais, cabe ressaltar a ineficiência dos mecanismos legais. Embora a Constituição de 1988 tenha incluído o racismo como um crime inafiançável e imprescritível, a lei nem sempre é posta em prática devido à pouca eficiência dos elementos judiciais. Sendo assim, torna-se urgente reconhecer que tais processos resultaram hoje na persistência do racismo no Brasil.
Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para atenuar essa objeção. É fundamental que o poder judiciário, juntamente com o governo, desenvolva mecanismos efetivos de combate à discriminação racial, tanto no âmbito jurídico quanto social. Isso pode incluir a criação de delegacias especializadas em crimes de racismo, com a garantia do direito à denúncia e à proteção para as vítimas. Dessa forma, pode-se esperar uma sociedade livre dos impasses gerados pelo racismo e um Brasil em progresso.