Na série estadunidense "Grey 's Anatomy”, a personagem Arizona Robbins, após um acidente de avião, perde a movimentação de uma de suas pernas e necessita de uma prótese robótica para continuar a exercer sua função como médica. Paralelamente à ficção, é perceptível a importância da tecnologia assistiva como ferramenta de inclusão social no Brasil. Nesse prisma, destacam-se dois aspectos importantes para o rompimento da exclusão da parcela populacional que necessita do uso dessas tecnologias: a desigualdade social e o descaso governamental para a solução desse óbice.
Em primeira análise, evidencia-se a impossibilidade do acesso às tecnologias assistivas à população brasileira que encontra-se em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O astrofísico Stephen Hawking, portador de uma paralisia que o impossibilitava de falar e movimentar-se, utilizava uma tecnologia de apoio para se comunicar. Sob este viés, é perceptível, entretanto, que esse método de auxílio é restrito a um pequeno grupo social, intensificando, assim, a desigualdade e exclusão das pessoas portadoras de alguma deficiência física ou cognitiva.
Além disso, é importante destacar a inércia governamental e a falta de rigidez em atitudes que agravam essa situação de disparidade ao acesso às tecnologias assistivas. Segundo o filósofo contratualista inglês Thomas Hobbes, o Estado é responsável pelo bem-estar da população, no entanto, isso não ocorre de maneira efetiva na hodiernidade brasileira. Devido à inexistência de austeridade nas ações das figuras estatais, a obtenção de medidas que visem auxiliar a esse grupo já excluído historicamente é intensificada. Desse modo, é perceptível que o descaso governamental intensificou os empecilhos sobre o combate desse problema nefasto.
Depreende-se, portanto, a adoção de medidas que visem intensificar a utilização de tecnologia assistiva para a inclusão social. Dessa maneira, urge que o Estado - responsável pelo bem-estar populacional - promova, por meio de incentivos fiscais às indústrias fabricantes, a diminuição de preços de produtos assistivos a fim de torná-los mais acessíveis à população. Ademais, cabe às mídias sociais, com auxílio governamental, desenvolver campanhas publicitárias que demonstrem as importâncias dessas tecnologias, visando diminuir o estigma relacionado aos que as utilizam. Somente assim, da mesma maneira que com Arizona, a população brasileira obtenha acesso às metodologias de apoio.