Navegando em águas misteriosas

No filme "A Rede Social", Mark Zuckerberg invade o sistema de segurança da rede de Harvard, a fim de copiar as imagens dos estudantes para usar em seu site, o Facemash. Hodiernamente, não é mais necessário consumar um delito para obter fotos de pessoas, visto que com a ascensão do mundo cibernético, os autorretratos são divulgados por livre e espontânea vontade. Entretanto, a superexposição na internet pode acarretar em graves complicações. Sendo assim, faz-se necessário discutir essa problemática.

De acordo com uma pesquisa de 2019 da empresa GlobalWebIndex, o Brasil é o segundo país do mundo que passa mais tempo em redes sociais, com uma média de 225 minutos por dia. Por conseguinte, devido ao tempo gasto nas mídias, o brasileiro fica mais suscetível a pessoas mal intencionadas que podem utilizar seus dados públicos para o mal, como um meio para acessar suas informações privadas.

Dessa forma, vale ressaltar que, apesar dos inúmeros benefícios ofertados pela internet, é preciso saber usá-la com responsabilidade. Muitas vezes, principalmente crianças e adolescentes não tomam precauções acerca da sua privacidade online, negligenciando os perigos, colocando em risco não só a sua segurança, mas também a da sua família. Prova disso, são os evidentes aumentos de casos de jovens que são vítimas de pedófilos através da rede.

Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Desse modo, cabe ao governo e ao estatuto da criança e do adolescente adotarem uma idade mínima para o uso das mídias, por meio da verificação do RG, para que dessa maneira seja mais difícil burlar os verificadores de idade de alguns sites. Além disso, é mister que as redes sociais reduzam a quantidade de informações pessoais pedidas, para que dessa forma fique bem definido os limites entre o público e o privado.