"Modernidade líquida", título da obra do filósofo Zygmunt Bauman, onde é discutido a fluidez das relações sociais na era das redes sociais, e como seu uso pode levar a conexões superficiais e relações humanas podem se tornar descartáveis. Paralelamente, é notório, como está discussão pode ser ampliada, observando como hoje o público que usa as redes, muitas vezes fundem sua vida pública e privada, perdendo cada vez mais seu senso de humanidade e se alienando ao pensarem que o que ocorre na Internet não tem impacto em sua vidas e na de outras. Isso acontece devido à falta de ações do Estado para evitar publicações indecentes e a baixa divulgação na mídia sobre como as redes devem ser usadas.
A princípio, é ponderoso destacar, como o Estado pouco faz para impedir com que as usuários ultrapassam os limites entre o público e o privado. Zygmunt Bauman, propõe o conceito de instituições zumbis, onde fala sobre órgãos sociais que não cumprem seu papel social a que se propõem. Percebe-se então, que o Estado, quando não regula as fronteiras sobre o que pode ou não ser postado, deixando a população acreditar que as redes privadas são apenas instrumentos de comunicação, que não tem impactos em suas vidas reais, que lá estão seguras , que podem publicar o que desejarem, e em casos mais extremos, permitindo com que crimes virtuais sejam cometidos, este se torna uma "instituição zumbi".
Ademais, é fundamental evidenciar como a falta de divulgação mídiatica sobre as fronteiras entre o público e o privado, é presente no Brasil. Marshall Mcluhan, filósofo canadense, em sua obra "Os Meios de Comunicação Como Extensões do Homem", defende a ideia de que os meios de comunicação não são ferramentas neutras, mas tem um efeito determinante na maneira com que a sociedade pensa e se comporta. Sendo assim, é nítido como a ausência de alertas da mídia para a população sobre os perigos de misturar sua vida pública com a privada, permite, por exemplo, com que carreiras sejam destruídas, como nos famosos "cancelamentos", e que criminosos acreditem que as redes são uma "terra sem lei", por não terem seus crimes virtuais punidos.
Portanto, urge a necessidade de medidas que solucionem essa problemática. Cabe então ao Ministério da Comunicação o aumento de alertas para o povo sobre a gravidade de não definir limites de misturar suas vidas pública e privadas na internet. Isso pode ser feito pela intensificação de reportagens e debates na televisão e outros meios, que daram toda a atenção necessária a essa adversidade, com o intuito de instruir o indivíduo e propagar a ideia de que suas ações tem consequências e que não estão seguros nas redes. Deste modo, a nação brasileira caminhará para que os efeitos das instituições zumbis de Bauman sejam amenizados.