O fundador da Apple, Steve Jobs, afirmou que todos deveriam ter acesso e total domínio dos meios tecnológicos. Entretanto, na realidade, isso não acontece de fato, visto que os usuários da internet estão tendo cada vez menos controle de seus dados, sofrendo com a falsa liberdade de escolha gerada pelos algoritmos. Logo, a manipulação comportamental pode gerar inúmeras consequências sociais, políticas e econômicas.
Primeiramente, vale ressaltar que os algoritmos filtram, selecionam e omitem conteúdos considerados de relevância. Sob essa perspectiva, é nítido que grandes empresas, as “Big Techs”, para faturar, usam os dados de suas pesquisas mais recentes para fazer publicidades, induzindo-as à compra. Provando, então, o que o filósofo Theodor Adorno afirma sobre a Indústria Cultural, isto é, um meio de lucrar, massificar e uniformizar os gostos a partir dos meios de comunicação. Dessa forma, a máquina tenho controle das preferências culturais, pessoais e até gastronômicas de quem as usa podendo se tornar perigosa.
Além disso, essa manipulação torna o ambiente mais propício às sabotagens políticas e desinformações. A título de exemplo, em 2018, o Facebook, do empresário Mar Zuckerberg, vazou dados de milhões de internautas pela consultoria política “Cambridge Analytics”, para fins políticos, invadindo a privacidade de milhões de pessoas, que, inicialmente, foram asseguradas no que tange à proteção de suas informações pessoais, e tendo que pagar as devidas indenizações. Por conseguinte, se torna notória o aumento da preocupação em relação ao compartilhamento dessas, visto que podem ser usadas com outras finalidades, algumas marcadas pelo desvio de conduta.
Portanto, é preciso remediar o controle de dados na internet. Para isso, cabe ao Estado, mais especificamente o Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação, promover medidas que amenizem tal situação, por meio de políticas públicas e campanhas informativas sobre os perigos do compartilhamento de informações pessoais no meio, transmitidas nos canais de comunicação ou nos próprios aplicativos, como TikTok e Instagram, a fim de informar mais pessoas e fazer com que tomem os cuidados necessários. Assim, os humanos voltarão a controlar as máquinas, como diz Steve Jobs, e não ao contrário.