No livro 1984 de George Orwell é retratado, um mundo distópico em que, Winston, o protagonista, manipula documentos históricos reescrevendo a realidade a favor do governo. Nesse sentido, a narrativa revela a mudança de comportamento da sociedade por meio da manipulação de dados. Fora da ficção, fica claro que, a realidade representada pelo autor pode ser relacionada àquela do século XXI, a alienação virtual imposta pelos algoritmos
também compromete o senso crítico da população.
Primordialmente, é importante analisar a problemática pela perspectiva da banalidade do mal, termo criado pela teórica alemã Hannah Arendt. Segundo a autora, o mal está tão presente na sociedade que é normalizado, não fazendo
uma ação para mudar a realidade imposta. Assim, torna-se colativamente aceita pela sociedade em que, empresas traçam o seu perfil para fim de alienar o usuário
a um determinado conteúdo.
Além disso, a preferência dada a certos conteúdos não permite que seja vista outras opiniões que divergem a sua, comprometendo o senso crítico. Por fim, os algoritmos fazem o papel de Winston, distorcendo a realidade e atuando na disseminação de mentiras que, pela falta de senso crítico da população, nem sempre são checadas.
Portanto, é preciso que o governo amenize o quadro atual. Para a regulamentação do controle de dados urge que o ministério da educação conscientize jovens, público alvo da influência digital, por meio de fundos governamentais que atuem em programas de conscientização do uso internet e da privacidade dos dados. Somente assim, será possível ter um espaço democrático e saudável de convívio.