No conto "O Sonho de um Homem Ridículo", de Dostoiévski, apresenta-se a história de um narrador que sonha com uma sociedade perfeita, a qual é marcada pela ausência de mazelas sociais. Fora da ficção, a nação brasileira destoa do enredo supracitado, uma vez que as transformações sociais do consumo na era digital no Brasil é um empecilho a ser superado. Dessa maneira, é necessário medidas para superar esse impasse, o qual tem como causas a falsa autoestima e fuga da realidade social.

De início, a sociedade tem papel determinante na permanência do impasse em meio à nação. Nesse contexto, a escritora Marina Colasanti, em sua crônica "Eu sei, mas não devia", elucida acerca de como as pessoas banalizam os problemas sociais. De maneira análoga, na realidade nacional, essa tese pode ser exemplificada com o consumo online cada vez mais crescente, com o bom engajamento dos influenciadores digitais que fazem com que suas parcerias sejam cada vez mais divulgadas resulta em falsa autoestima, comodidade e fuga da realidade social do usuário/consumidor. Desse modo, como consequência da apatia coletiva diante da problemática, o óbice permanece presente no país.

Ademais, é perceptível a influência da mídia no tocante às transformações sociais do consumo na era digital no Brasil. Nesse sentido, a Escola de Frankfurt criou a expressão "indústria Cultural", a qual diz respeito à massificação da sociedade - mediante conteúdos midiáticos empobrecidos - para criar um corpo social alienado. Nessa perspectiva, tal perspectiva filosófica se constata na atualidade brasileira ao se analisar que 76% dos brasileiros já consumiram produtos ou serviços após a indicação de influenciadores digitais, o que acarreta na preocupação com o ter, e como citado anteriormente, o consumidor acaba por "esquecer" sua realidade social, buscando práticas que mais se assemelham as classes dominantes. Diante disso, os meios de comunicação têm papel determinante na persistência do impasse no Brasil.

Destarte, torna-se indiscutível a tomada de medidas para solucionar a questão das transformações sociais do consumo na era digital no país. Para isso, cabe a implementação da educação digital e financeira nas escolas, visto que a internet tem se mostrado cada vez mais presente na vida de todos os indivíduos, sendo os principais os jovens, que por consequência farão parte do crescimento contínuo do consumo digital, e com uma educação sobre o tema fará dessa facilidade em comprar online um ato responsável. Paralelamente, os influenciadores digitais devem se atentar com suas responsabilidades ao fazer propaganda de qualquer produto ou serviço que seja, sendo honesto com seu público sobre aquela recomendação, desde a qualidade até a noção da renda de seu público alvo. Tudo isso com o fito de não causar mal estar das pessoas, como vender um produto ou serviço que saia totalmente da renda do público alvo do influencer, fazendo com que pessoas que acreditam fielmente na pessoa pública compre algo que não possa pagar, e em sua maioria, a base de falsas promessas. Por fim, com essas medidas, a nação se aproximará da sociedade da obra citada inicialmente.