Segundo Immanuel Kant, "O homem é o único animal que precisa trabalhar". Tal pensamento expõe a necessidade humana pela inserção no mercado de trabalho, assim como justifica o trabalho informal como alternativa frente ao desemprego no Brasil. Nesse contexto, faz-se necessário discutir as principais causas e impactos do trabalho informal no país.
O desemprego estrutural aumenta a procura por trabalhos informais no país. Porquanto, este surge a partir do emprego de novas tecnologias e a procura por mão-de-obra barata e temporária, que substitui o trabalhador assalariado e oferece-lhe a informalidade como única opção de renda. Conforme Bernardo Joffily(1993): "No topo ficam os empregados das grandes empresas; depois a 'fatia' do trabalho precário e parcial, o setor informal; e na ponta os desempregados".
Ademais, o trabalho informal não garante os direitos trabalhistas. Pois, no setor informal não há a Consolidação das Leis do Trabalho(CLT), ou seja, a carteira de trabalho assinada. Assim, as empresas procuram por funcionários temporários, uma vez que não lhes deve nenhum benefício. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia(Ibre) e da Fundação Getúlio Vargas(FGV), "De cada dez trabalhadores ocupados no país, quatro têm carteira assinada e quatro são informais".
Conclui-se, portanto, que o desemprego estrutural consolida o setor informal como alternativa para as empresas não cumprirem com os direitos trabalhistas. Assim, o Ministério do Trabalho e Emprego deve promover a integração do trabalhador às exigências tecnológicas do mercado por meio da educação profissional gratuita de informática e da cobrança da carteira assinada aos empregadores, a fim de garantir o trabalho formal, afinal, "o homem precisa trabalhar".