Segundo o dicionário, a palavra democratização vem do verbo democratizar, que significa: tornar-se público, acessível a todos. No entanto, os cinemas brasileiros não se enquadram nesses termos, isso porque a população periférica e as cidades do interior não tem acesso aos cinemas do Brasil.
De início, deve-se recordar sobre o rápido desenvolvimento das grandes cidades a partir da segunda metade do século XX, com isso o o número da população em áreas de vulnerabilidade, conhecidos como periferias, aumentou. Enquanto uma parte da cidade começou a ganhar mais infraestrutura e opções de cultura e lazer, como os cinemas, as periferias foram ficando de lado, sem acesso aos cinemas, restringindo ainda mais as opções de entretenimento cultural .
Da mesma forma que as áreas mais vulneráveis não tem acesso aos espaços cinematográficos, a população que vive no interior também encontra essa ausência. Em virtude de uma reorganização desses espaços, as cidades do interior foram saindo do mapa dos cinemas. Caso uma família queira ver algum lançamento, é preciso se deslocar até grandes cidades.
Em vista dos argumentos apresentados, é notório a necessidade de uma mudança no acesso dos cinemas brasileiros. Essa mudança pode acontecer com a criação do projeto "Cinema do Povo", um trabalho conjunto entre o ministério da infraestrutura e as empresas de cinema, instalando ao longo do próximo ano, salas cinematográficas em cidades do interior e periferias, podendo ser cobrado um valor mínimo de acordo com a média salarial de cada família. Esse projeto vem com o objetivo de trazer de fato a democratização do acesso ao cinema no Brasil, para que assim o cinema realmente seja uma cultura no país.