O livro “A Metamorfose” do escritor Franz Kafta conta a história de um homem que sofre uma transformação no seu corpo, tornando-se metade inseto. Mediante a isso, ele perdeu seu emprego e passou a viver em recluso, porquanto não havia acessibilidade no mundo para sua condição. Em analogia com a realidade, pessoas “atípicas”, que são neurodivergentes ou portadoras de doenças físicas, vivem em constante reclusão, semelhantemente ao personagem. Isso se virtual da falta de acessibilidade nas escolas como também a ausência de profissionais qualificados para auxiliar em sua autonomia, tornando-se desafiador a implantação de um sistema educacional inclusivo no Brasil.
Nota-se a dificuldade das pessoas atípicas ao acesso à educação. Essas se iniciam no ambiente físico, como por exemplo, a ausência de rampas e elevadores nas escolas para aqueles que possuem mobilidade reduzida ou deficiência visual. Logo, empecilhos significativos como os citados acabam por afastar essa parcela da sociedade do ambiente escolar, findando num completo abandono em casos extremos, que pode ser apontado como negligencia estatal a Constituição Brasileira, na qual garante a todos acesso à educação.
Ademais a acessibilidade reduzida nos espaços físicos, pessoas neurodivergentes assimilam os ensinamentos de forma distintas das pessoas típicas, por vezes de forma mais lúdicas. Exemplificando, a personagem Benê da novela Malhação 2019 é autista e aprendia melhor por meio da música. Contudo, não há equipes pedagógicas o suficiente para atender as demandas especificas dessas pessoas. Como resultado, os ensinos são dados de maneira homogenizada aos não divergentes, impossibilitando que os atípicos detenham conhecimentos básicos essenciais a sua formação, os colocando em reclusão.
Em suma, pessoas neurodivergentes e portadoras de deficiências físicas têm dificuldade ao acesso à educação. Urge, então, ações governamentais através do Ministério da Educação para tornar o ambiente escolar fisicamente acessível (implantação de rampas e afins) como também há a necessidade de equipes pedagógicas especializada em abordagens de ensinos para alunos neurodivergentes. Dessa maneira, as pessoas atípicas não se aproximarão do estado de reclusão social, tal como o personagem do libro, pois as escolas brasileiras, espaço primário de socialização e cidadania, serão inclusivas.