Em 2006, é elaborada pela ONU a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, a qual reconhece o princípio da acessibilidade, tornando os direitos das pessoas com deficiência uma obrigação dos Estados membros da organização. Quase duas décadas depois, a problemática acerca da falta de acessibilidade ainda é muito pertinente. Logo, é importante a acessibilidade para pessoas com deficiência não só porque está previsto na lei, como direito fundamental, mas também porque amplia sua condição de participação na sociedade e de ter uma vida digna.
Em primeira instância, a luta das pessoas com deficiência por acessibilidade é muito obseluta, ganhando maior visibilidade após a Segunda Guerra Mundial, na qual muitos combatentes tiveram que ser reintegrados nas esferas da sociedade por conta de perdas auditivas e de partes físicas. Sendo assim, a causa se faz urgente, porque mesmo prevista na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, aprovada cerca de 70 anos pós Segunda Guerra, a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos diversos espaços e mobiliários é nefasta. Desse modo, é inadmissível que esta negligência se perpetue.
Além disso, a garantia de direitos de PcD é essencial para a promoção de melhores condições de vida. Na novela "Êta Mundo Bom!", Claudinho (Xande Valois) é uma criança em cadeira de rodas que vive na década de 1940. Por sua condição, ele não pode brincar como as outras crianças e ainda é maltratado pela madrasta. Fora da ficção, infelizmente, a situação de discriminação e a ausência de espaços acessíveis que assegurem sua mobilidade e autonomia não é algo atípico, o que culmina na necessidade de lutar por acessibilidade.
Portanto, o cumprimento das leis que garantem os direitos das pessoas com deficiência, com destaque para a acessibilidade, é algo indispensável e dever de todos. Por isso, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania deve criar um canal de denúncias a fim de apurar possíveis irregularidades que prejudiquem a acessibilidade, seja em espaços públicos ou privados. Esse canal deve ser divulgado através dos veículos de comunicação, como Internet e televisão, para que a população conheça maneiras seguras de realizar as denúncias. Isso terá a finalidade de promover a fiscalização de ambientes irregulares, o que acarretará na expansão do acesso e autonomia de pessoas com deficiência.