A automedicação consiste no ato individual das pessoas de ingerir quaisquer tipos drogas medicinais segundo a sua vontade. Atualmente, podemos perceber essa ação presente no Brasil abordando o período de pandemia da Covid-19, na qual em um certo momento, por influência do ex-presidente Jair Bolsonaro, diversos cidadãos decidiram se automedicar com a hidroxicloroquina sem nenhuma consulta a profissionais da saúde e comprovação de sua eficácia. Dessa forma, cabe analisar os motivos por quais os indivíduos preferem correr os riscos da automedicação a se informar previamente se deve e quais medicamentos tomar com especialista no assunto.

Primeiramente, destaca-se o imediatismo presente na sociedade contemporânea como causa desse hábito brasileiro. Com os avanços tecnológicos a rotina da sociedade passou a ser muito rápida em diversos aspectos, desde a comunicação interpessoal até o acesso a informações globais, o que influenciou nos comportamentos diversos do homem como a prática inconsequente da automedicação. Portanto, o homem pautado no imediatismo requer uma solução rápida para seus problemas, e se tratando de contratempos na sua saúde a solução mais imediata é medicar-se baseando-se no seu conhecimento.

Consecutivamente, evidencia-se que o homem imediatista é bombardeado diariamente por publicidades que influenciam seus hábitos. Sabe-se que o objetivo primordial de toda propaganda é influenciar o consumo do produto apresentado. Logo, é de conhecimento geral que a quantidade de propagandas de remédios não só nas transmissões televisivas mas também na internet não é pequena, elas acabam intensificando a prática abordada.

Conclui-se que as razões para que o cidadão brasileiro tenha autonomia e segurança em consumir fármacos sem consulta a médicos podem se apresentar tanto por aspectos comportamentais, como por gatilhos externos inerentes a eles. Dessa forma, torna-se necessária a intervenção estatal nas mídias brasileiras como forma de inibir propagandas que estimulem a automedicação e incentivar aquelas que influenciem o público a buscar por informações concretas sobre a sua saúde no Sistema Único de Saúde, com isso, espera-se que, com o tempo, a população passe a se conscientizar acerca do assunto e tal hábito seja reduzido drasticamente da cultura brasileira.