O filósofo alemão Herbert Marcuse abordou em suas obras os avanços tecnológicos no sistema capitalista, abrindo o debate sobre como a sociedade pode ser moldada de forma a perder sua capacidade crítica devido aos padrões de consumo. De uma forma geral, há uma normalização a utilização de produtos distribuídos de forma pirata no meio digital, o que gera grandes prejuízos para grandes e pequenos produtores. Desse modo, é necessário compreender os desafios que cercam o combate a pirataria digital para podermos desenvolver soluções.
É fato que todas as pessoas deveriam ter acesso à conteúdos de entretenimento e desenvolvimento pessoal mas, infelizmente, o que vemos acontecer é uma sociedade que recorre a meios ilegais para consumi-lo. Com a falta de informação de como isso pode ser prejudicial e a facilidade de reprodução de conteúdos digitais ocorre um grande prejuízo principalmente para os pequenos fornecedores e aqueles envolvidos no processo de produção.
A indústria cultural, alimentado pelos avanços tecnológicos, pode contribuir para a padronização dos gostos e interesses da sociedade, ainda que esta seja desigual, deixando como alternativa, para suprir esse desejo de estar por dentro das novidades, a pirataria. Para o filósofo Karl Marx, que em suas obras defendia a ideia de que a cultura deve ser democratizada e tornada acessível a todos, não apenas às elites, já que para ele a cultura está diretamente ligada as relações sociais. Democratizar o acesso seria uma das ideias para diminuir as taxas de consumo de forma pirata.
Em suma, o caminho até o fim da pirataria é complexo já que é preciso combater a prática de forma que não se deixe uma deficiência cultural em pessoas de baixa renda, pois afastar a sociedade do entretenimento é legitimar ainda mais a desigualdade. Ao considerar a visão de filósofos como Herbert Marcuse e Karl Marx, percebemos que há uma concordância em democratizar a cultura, com a criação de políticas públicas para gerar entretenimento gratuito e de fácil acesso, tratando a cultura como algo necessário e não apenas como uma mercadoria. Investir na valorização da cultura como um bem acessível a todos, pode ser uma estratégia eficaz para uma sociedade mais igualitária e consciente.