Aldous Hoxley defende: “Os fatos não deixam de existir só porque são ignorados”. Tal perspectiva é verificada na formação educacional de surdos no Brasil, que mesmo sendo um tópico antigo, ainda é muito persistente na atual sociedade pela resistência de abranger o diferente. Nesse contexto, percebe-se a configuração de um complexo problema, que se enraíza na discriminação social do grupo e na lacuna de representatividade.

Nesse cenário, em primeiro plano, é preciso atentar para a discriminação social do grupo presente na questão. A “isonomia” é a garantia de oportunidades iguais, mesmo em condições diferentes. No entanto, a realidade é pouco isonômica na formação educacional de surdos no Brasil, visto que algumas pessoas recebem oportunidades mais escassas por causa de sua condição. Assim, percebe-se a urgência de proporcionar oportunidades para esses indivíduos.

Além disso, a lacuna de representatividade ainda é um grande impasse para a resolução da problemática. Chimamanda Adichie alerta que estereótipos limitam o pensamento humano. Tais estereótipos crescem na lacuna de representatividade que gera os desafios para a formação educacional de surdos no Brasil, visto que é pouco o número de pessoas nessas condições em posições de importante representatividade no país. Dessa forma, para deixar de limitar o pensamento, é preciso quebrar esses padrões por meio da representação de narrativas plurais.

Portanto, urge que o problema seja dissolvido. Para isso, o governo federal deve criar uma agenda econômica mais democrática, por meio da destinação de recursos para esse grupo, a fim de reverter a desigualdade que se instala na formação educacional de surdos no Brasil. Tal ação pode, ainda, conter uma divulgação na mídia para que a população tome conhecimento. Paralelamente, é preciso intervir sobre a lacuna de representatividade na questão. Desse modo, os fatos não serão ignorados e poderão deixar de existir.