O mito da caverna, alegoria escrita por Platão, explica a evolução do processo de conhecimento. Segundo ele, os seres humanos se encontram prisioneiros de uma caverna, em que estão habituados a ter uma ilusão do que veem como se fosse a realidade. De maneira análoga ao presente, a questão dos caminhos para resolver o analfabetismo no Brasil pode ser bem representada pelo mito da caverna de Platão, visto que é um problema sem solução que vive as sombras da sociedade. Nessa lógica, deve-se debater acerca da falta de políticas públicas e do silenciamento social, uma vez que são causas notórias da questão.

Em primeira análise, a falta de atividades governamentais é causa manifesta da matéria. Sobre isso, Abraham Lincoln, disse, em um de seus discursos, que a política é serva do povo e não ao contrário. Em relação a tal afirmação, nota-se uma inconformidade sobre a questão da incapacidade de leitura e escrita por parte da sociedade e o Estado brasileiro, no sentido de que, ao contrário do que Lincoln explanou, a política atual não serve o povo com planos e ações que visem reduzir o índice de analfabetos do país. Logo, quando assim não se faz, a resolução de tal fato é utópica.

Ademais, o silenciamento social é fator secundário do problema. Em consonância a isso, a escritora brasileira, Martha Medeiros, discorre, em uma de suas obras, sobre a falta de debate social, afirmando que o indivíduo silencia aquilo que ele não quer que venha à tona. Desse modo, é evidente a relação da afirmação da autora e a falta de alfabetização, já que o poder governamental mantém essa questão silenciada, pois seu debate trará a exposição de muitos reveses e a fundamentação de incontáveis consequências, das quais, seus responsáveis, não demonstram capacidade para impedir.

Portanto, medidas são necessárias para resolver a problemática. A população, por meio de um projeto social online, deve criar uma campanha de incentivo, que trabalhe paralelamente com ações do governo, como na questão dos caminhos para resolver o analfabetismo no Brasil. Tal campanha deve ter repercussão nacional e representantes de todas as unidades federativas, para que se possa cobrar do Estado brasileiro maiores projeto, ações e investimentos públicos voltados para a sociedade. Além disso, o Ministério da Educação, por meio de escolas e universidades, deve criar projetos que possibilitem debates sobre o analfabetismo, para que esse assunto deixe de ser silenciado. Espera-se dessa forma que a população possa exercer seu protagonismo e trabalhar em parceria com o poder público. Com isso, a alegoria de Platão deixará de fazer sentido na realidade.