Barão de Itararé - um dos criadores do jornalismo alternativo durante o período da ditadura militar do país - estava certo ao dizer: "O Brasil é feito por nós, só falta desatar os nós". Nesse sentido, o assédio moral no trabalho, se apresenta como um dos nós a serem desatados. Nesse viés, torna-se evidente a negligência estatal e a cultura do cancelamento como impulsionadores do problema.
  Precipuamente, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para resolver o problema. Dessa forma, é inadmissível que haja quaisquer tipos de violências psicológicas contra à personalidade, à dignidade e à integridade do cidadão em seu local de trabalho. Essa conjuntura - segundo as ideias do filósofo contratualista John Locke - configura-se como uma quebra do "contrato social", uma vez que o Estado não cumpre sua função de garantir que todos os indivíduos desfrutem de direitos indispensáveis como segurança. Desse modo, faz mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.
  Ademais, é fundamental apontar o advento da sociedade do cancelamento como impulsionadora do assédio moral no Brasil. Destarte, a vítima é isolada do grupo de convívio, sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada diante dos pares que, por medo, vergonha e individualismo, rompem os laços afetivos com a vítima. Consequentemente, acarreta doenças psicológicas, transtornos de medo e em grande parte dos casos, suicídio.
  Portanto, medidas são necessárias para resolver esse impasse. Para isso, urge que o Governo federal - instância máxima da administração executiva - faça leis mais rígidas que atribuam punições severas àqueles que não cumprirem com os anseios da Constituição, a fim de estreitar os casos de assédio no trabalho. Semente assim, será possível desatar os nós da sociedade brasileira.