Segundo o 6° Artigo da Constituição Federal, é inerente a todo cidadão brasileiro o direito à alimentação. Entretanto, a alta taxa de desperdício de alimentos no Brasil, dificulta a realização de tal direito, tendo em vista a falta de planejamento, desde os produtores até os consumidores, que traz como consequência a fome, presente em muitas famílias diariamente no país.
Em primeira análise, é importante ressaltar que há desperdício em todas as fases do abastecimento de alimentos, fazendo-se também presente nas casas de famílias. Tais alimentos são desperdiçados devido à falta de planejamento, além de que muitos destes são rejeitados apenas por não estarem com uma boa aparência. Como resultado disso, uma pesquisa realizada pela Embrapa, aponta que cerca de 40 toneladas de alimentos são desperdiçados diariamente.
Sob outra perspectiva, enquanto muitos desperdiçam comida, outros sequer têm o que comer. Dessa forma, considerando a alta inflação no preço dos alimentos, muitos pais e mães de família não têm renda suficiente para garantir sua alimentação, e uma das suas alternativas é procurar sobras de comidas, como o caso que repercutiu em outubro de 2021, onde nove pessoas buscavam por comida em um caminhão de lixo, na cidade de Fortaleza. Logo, inadmissível que casos como este se repitam.
Dito isso, indubitavelmente, são necessárias medidas para combater esses problemas. Para isso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento deve estabelecer, por meio de políticas públicas, uma taxa máxima mensal de desperdício para os produtores e distribuidores de alimentos, e junto ao Ministério da Economia, criar um projeto de assistência para famílias de baixa renda, fornecendo cestas básicas mensalmente, a fim de reduzir o desperdício de alimentos e a fome no país.