“Educai as crianças e não será preciso punir os homens”. Assim como salientou o filósofo grego Pitágoras, a educação possui papel essencial na sociedade, já que cria pessoas respeitosas, favorecendo o desenvolvimento social. No entanto, a valorização dos importantíssimos profissionais responsáveis pelo ensino — os docentes — enfrenta significativos estorvos no Brasil. Nessa perspectiva, para que medidas solucionadoras sejam acatadas, torna-se vital averiguar as causas desse problema, dentre as quais se ressaltam a negligência governamental e o constante desmerecimento da ciência.
Diante desse cenário, inicialmente, é notório observar que a aflição sofrida pelos professores é consequência de ações estatais ineficazes. Uma vez que, como advertiu o escritor Thomas Hobbes, em seu livro “O Leviatã”, é dever do Estado garantir a ordem e os direitos naturais dos indivíduos. Porém, ele descumpre seu encargo ao desprestigiar a educação, oferecendo remunerações desadequadas aos que lecionam e, muitas vezes, locais de trabalho — escolas, universidades… — precários, com uma estrutura duvidosa, o que prejudica não só os alunos, mas também os docentes. Logo, a transformação que a nação cobiça é paulatinamente mais improvável devido a ineficiência da máquina estatal.
Além disso, o reconhecimento dos educadores encontra como fator impediente o gradativo descrédito que a ciência encara, tal como a desacreditação em vacinas por grande parte da população brasileira durante o período pandêmico ou a vasta propagação de fatos científicos falsos. Isto influencia os professores, pois o ensino está intimamente relacionado ao progresso científico, afetando as suas imagens e a importância dada a eles. Em vista disso, decorre-se a desvalorização dos profissionais, antes vistos pelo corpo social com prestígio. Dessa forma, percebe-se que a visão da coletividade atua como um empecilho para a resolução da problemática.
Por tanto, são necessárias atitudes capazes de elevar os cargos lecionais. Dessa maneira, a fim de assegurar a estabilidade e a devida condecoração dos trabalhadores docentes, é preciso que o governo, em conjunto com o Ministério da Educação (MEC), destine mais verba para os salários dos professores, bem como para o reparo e melhoramento das instituições educacionais. Paralelamente, é indiscutível que ele, em parceria com o MEC e o Ministério das Comunicações, promova campanhas informativas que exaltem a ciência e o trabalho professoral para os cidadãos. Espera-se, então, que o pensamento de Pitágoras seja realmente posto em prática.