"Ensaio sobre a cegueira" retrata a invisibilização de certos problemas da sociedade. Na realidade da atualidade, a crítica é verificada na influência que redes sociais e aplicativos tem sobre a gente, não sabemos mais se é nós que decidimos o que queremos ver nas mídias sociais ou se são as máquinas. Nesse sentido, observa-se um delicado problema, que tem como causas os algoritmos, que decide os dados que serão emitidos e as ilusões que eles nos trazem.
Nesse contexto, em primeiro plano, é preciso atentar-se para os grandes sistemas da internet que filtra nossos dados e transfere para outras empresas. Essa estrutura, segundo o antropólogo belga Claudé Levi-Strauss, representa o conjunto de padrões sociais nos quais a relações interpessoais estão ancoradas e, desse modo, determina o papel do sujeito na comunidade, visto que a sociedade vira refém do que ela vê, mudando seu modo de agir, sua personalidade e seus pensamentos. Assim, percebe-se a urgência de tomar providências sobre os acontecimentos.
Além disso, o uso excessivo da internet por parte da sociedade é um grande impasse para a resolução da problemática. Para Clarisse Lispector: "não basta existir, é preciso também pertencer", tal conceito ressalva a necessidade de pertencimento social e cultural dos indivíduos. Em vista disso, não podemos depender de uma rede de conexões globais para viver. Dessa forma, para deixar de limitar os pensamentos, é preciso quebrar esses padrões por meio da representação de narrativas plurais.
Portanto, é urgente intervir nesse problema. Para isso, é necessário que as mídias sociais crie, por meio de verbas governamentais, campanhas publicitárias nas redes sociais que detalhem o funcionamento dos algoritmos inteligentes. Paralelamente, é preciso intervir no modo que utilizamos as redes, no tempo, nas buscas. Dessa maneira, não ficaremos cegos pelo oque corre atrás das redes.