A obra "O Grito", do artista Edvard Munch, retrata um ser em extremo desconforto e pânico diante do desconhecido. Essa representação vai de encontro a ausência de estranhamento diante dos desafios da educação inclusiva no Brasil, visto que a sociedade ao contrário do personagem não se espanta, sendo indiferente, perpetuando a problemática. Indubitavelmente, pode-se perceber que esse cenário é advindo da negligência do Estado. Assim, dentre outros fatores que corroboram esse quadro, estão a desigualdade social como também a falibilidade legislativa.
Além disso, evidencia-se que a desigualdade social, em um cenário de incompetência estatal, potencializa os desafios para a educação inclusiva. Isso ocorre, porque a passividade do governo frente à falta de abordagem de temas relacionados a pedagogia de inclusão, naturalize a problemática. Esse pensamento é semelhante à apresentada pelo romancista Juan Montalvo, para quem "Não há nada mais duro que a suavidade da indiferença", já que cristaliza o cenário passivo da sociedade desigual como um problema para para os alunos que precisam ser incluídos na alfabetização.
Ademais, percebe-se que a falha da legislação, somada a ineficiência do Estado, agrava as consequências da integração educacional. Essa situação advém da forma como o Estado não impõe de maneira sólida as leis de punição que desrespeitem a constituição como o direito da educação, fazendo com que este se perpetue no país e cada vez mais estudandes sejam marcados pelo desamparo e exclusão. Essa situação é equivalente ao do pensador suíço Jean-Jacques Rousseau, "Não há nada como a força do Estado para garantir a liberdade dos seus membros", uma vez que o governante, ao pensar apenas no seu poder, não realiza ações que são benéficas para a sua própria população.
Diante do exposto, é necessário ressaltar que os efeitos prejudiciais da desproteção do governo relacionado à educação inclusiva ainda se perpetua no Brasil devido ao Estado negligente. Por isso, a sociedade civil organizada deve pressionar o governo federal a atuar pela Constituição Nacional, garantindo a efetivação de lei que associa os direitos dos alunos inclusivos. Outrossim, o Ministério da Educação deve reforçar em suas instituições de ensino, a erradicação de desigualdade social. Dessa maneira, obtém-se na sociedade a reação de espanto do personagem da obra "O Grito".