O filme estadunidense "De Repente uma Família", mostra a história de adoção de três irmãos por um casal americano, que resolveu quebrar os tabus quanto a adoção. Apesar da obra ter um final feliz, isso não é algo decorrente para os jovens brasileiros, que sofrem por possuírem uma idade pouco desejada pelos adotantes ou por terem, pelo menos, um irmão.

Tendo em vista as questões supracitadas, cabe analisar, de antemão, a rejeição pela idade indesejada. Segundo os dados do Cadastro Nacional de Adoção, a maioria dos adotantes preferem crianças de até 6 anos, sendo que grande maioria dos adotandos possuem entre 7 e 17 anos. Este critério preconceituoso resulta na saída de jovens por completarem sua maioridade, sendo forçados a viver numa realidade sem um apoio parental e com riscos de seguir uma vida criminosa ou em situação desumana.

Além disso, é necessário ressaltar a situação sobre quando estes jovens possuem irmãos, como é o caso dos três irmãos do filme citado. Na trama, a adolescente Lisa sempre cuidou de seus irmãos caçulas, pois sua mãe era uma viciada em drogas. Sem desprezar tal situação exposta, sabe-se que a adoção de irmãos não é muito bem quista pelos adotantes e a separação, em muitos casos, é desesperadora para eles, tendo consequências futuras para a ambientação no novo lar.

Portanto, conclui-se que a adoção não é apenas suprir o desejo de ter um filho, mas assumir uma responsabilidade em cuidar de outro ser humano que precisa de alguém. Assim, as assistências sociais devem expor para os futuros pais o verdadeiro sentido da adoção a fim de amenizar o preconceito quanto aos adolescentes e irmãos adotandos, tal como fez o casal da trama estadunidense com Lisa e seus caçulas.