“Vocês roubaram os meus sonhos e minha infância...”. A polêmica frase dita por Greta Thunberg, ativista ambiental de dezessete anos, nos evidencia um notório problema no que tange a relação do indivíduo com o lixo e seus consequentes impactos globais. Na esfera nacional, é clara a negligência do cidadão brasileiro quanto a questão do descarte ideal do lixo, justificada pela falta de conscientização ambiental generalizada. Além disso, faltam recursos que possibilitem a prática diária de ações que visem a superação da problemática no Brasil.

Em primeira análise, convém ressaltar que coletas seletivas e estudos sobre as condições ambientais carecem há décadas de um devido estímulo. A percepção da população brasileira acerca do problema, por vezes limitada, urge empecilhos ao caminho às resoluções possíveis. Enquanto adultos e idosos tomam posição de negligência, jovens perpetuam seus comportamentos, e, sem o devido estímulo presente nas escolas, tendem a persistir na mesma relação problemática com o lixo produzido.

Ademais, antagonicamente ao segundo inciso do artigo 3º da Constituição Brasileira de 88, a desigualdade no Brasil torna-se vilã no quesito combate ao lixo. Numerosas regiões mais carentes do país nem sequer dispõem dos meios necessários para a reciclagem e correto descarte dos resíduos produzidos. Dessa forma, o estilo de vida consciente torna-se de proveito exclusivo das camadas elitizadas brasileiras, passando a ser conhecido como uma atividade de alto custo.

Em suma, é de extrema urgência que o Ministério do Meio Ambiente torne acessíveis os meios necessários para a informação ambiental em larga escala, promovendo palestras e debates acerca do tema e salientando a importância do atentamento geral sobre a questão do lixo. Dessa forma, futuras gerações poderão perpetuar atitudes em prol de um meio ambiente mais equilibrado, gozando de suas consequências positivas e, assim, evitando que o alerta feito por Greta por fim se concretize.