idiossincrasias da sociedade brasileira. Dentre elas destaca-se a caracterização de um
país “gordo na contradição”. Tais incongruências originam-se porque embora os
cidadãos sejam amparados por uma das legislações mais avançadas do mundo, na
prática muito do que é previsto não se concretiza. Este fato é evidenciado no âmbito
da saúde pública no Brasil, tendo em vista que apesar de a saúde ser um direito
constitucional, a ineficiência do Estado associada a uma cultura de falta de
conhecimento das leis por parte dos brasileiros, perpetuam o país em uma
contradição que exige reivindicações para ser alterada.
Em primeiro plano, a ineficiência do Estado em aplicar as leis que garantem a saúde
pública dos brasileiros acentua as desigualdades socioeconômicas e é empecilho ao
desenvolvimento humano. Seja pela dificuldade em administrar recursos em um
território de dimensões continentais, seja pela prática de corrupção que permeia a
esfera pública, a parcela mais vulnerável da população dependente do SUS (Sistema
Único de Saúde) sofre com a escassez de medicamentos, exames, leitos e profissionais
da área da saúde. De acordo com o Artigo 6º da Constituição Federal de 1988, a saúde
é um direito social garantido a todos, entretanto há uma discrepância significativa
entre teoria e prática, o que deve ser constantemente questionado pelos cidadãos.
Ademais, a falta de conhecimento das leis por parte dos brasileiros provém de um
sistema educacional falho que não transmite a base do direito constitucional para os
estudantes. No livro “Vidas Secas” de Graciliano Ramos, o protagonista Fabiano,
desprovido do acesso ao conhecimento sobre seus direitos, acabava sendo explorado
e subjugado por aqueles que detinham o saber. Nesse viés, no Brasil são milhares os
fabianos que deixam de reivindicar seu direito à saúde por não conhecê-lo de maneira
profunda. Dessa forma, a lei torna-se erroneamente barreira, e não instrumento de
construção da cidadania, por consequência a saúde pública é entendida como
privilégio e não como direito básico.
Portanto, pode-se inferir que a importância da reivindicação pela saúde pública no
Brasil é um tema relevante e que carece de soluções. Sendo assim, cabe ao Ministério
Público Federal fiscalizar os recursos destinados à saúde pública, por meio da
realização de inquéritos, que sejam transparentes à população, a fim de garantir aos
brasileiros o direito constitucional à saúde. Além disso, cabe ao Ministério da
Educação, associado ao Ministério da Saúde, promover palestras no intuito de
conscientizar a população sobre seus direitos, possibilitando a reivindicação pela
saúde pública. Assim, o país que foi descrito por Celso Viáfora terá um de seus direitos
básicos garantidos e será um pouco menos marcado pela contradição.
Demonstrar domínio da norma da língua escrita.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada