para eliminar pessoas selecionadas pelos próprios usuários. Por meio de enquetes nas mídias
sociais, os internautas adquirem a função de juiz e determinam quem deve ser “exterminado” de
acordo com as suas opiniões. De forma análoga, os cancelamentos virtuais são elencados pela
prática inconcebível das plataformas digitais de manipular a opinião pública e dominar o debate
social, o que demonstra o abismo cultural, reflexo da falibilidade educacional. Nesse sentido, a
cultura do politicamente correto, agente perpetuador do cancelamento, oferece ao indivíduo um
certo poder sobre o outro, o que acaba por gerar a tortura psicológica e o autoritarismo social.
A princípio, é importante ressaltar o período da Era Romana, a qual a política de pão e
circo servia para alimentar e entreter o povo descontente com as ações de seus governantes.
Essa prática determinava o destino dos “escravos” que eram mandados para o centro da arena,
e tinham seus destinos julgados pelo “like” ou “deslike” das mãos. Na Era Contemporânea, as
“arenas digitais” promovem a ideologia do politicamente correto a qual, se o indivíduo não segue
a mesma linha de pensamento, automaticamente é induzido a tortura psicológica fomentada
pelo boicote digital o que acaba por provocar abalos na sua saúde mental. Sob esse viés,
segundo o filósofo iluminista francês, Voltaire, a conduta perfeita é mantida com dignidade sem
prejudicar a liberdade alheia. Logo, percebe-se que os “ditadores digitais” são desprovidos
dessa conduta e aproveitam da tortura para ter a prazerosa sensação de controle sobre o outro.
Destarte, o poder de eliminar alguém, mesmo que virtualmente, causa no cérebro a
prazerosa sensação de euforia, de prazer, como num game em que há o controle do avatar. Assim,
como a sociedade vive na Era da modernidade líquida, tão enfatizada por Zygmunt Bauman, o
“eu” sobressai ao “nosso” e, ao perceber que o curtir ou o cancelar controlará a vida da outra
pessoa, os inquisidores virtuais, sem piedade, dão início ao jogo. Nesse contexto, a eliminação
virtual traz a ideia fictícia de “educar” os que não cumprem com as mesmas ideias de seus
opressores, na prática, o linchamento promove o silenciamento da liberdade de expressão.
Portanto, sendo a cultura de cancelamento um impacto a sociedade brasileira, urge que o MEC,
órgão responsável por executar as políticas públicas de educação, promova mudanças na grade
comum curricular a qual estabeleça o ensino da educação digital, por intermédio de aulas pautadas na
responsabilidade social e estudo sobre consequências do bullying cibernético, a fim de eliminar a tortura
psicológica no ambiente virtual e garantir a liberdade de expressão. Por outro lado, a SECOM, deve
divulgar informações de interesse público sobre a prática do “linchamento digital” e sua relação com
a saúde mental do indivíduo. Dessa maneira, os “odiados pela nação” não passarão de um episódio
fictício e os usuários não terão mais suas vidas devastadas pela patrulha cultural.
Demonstrar domínio da norma da língua escrita.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada