Sob a perspectiva do escritor e político Darcy Ribeiro, "A coisa mais importante para os brasileiros é inventar o Brasil que nós queremos". Tal pensamento, porém, ainda não foi convertido em realidade, uma vez que, embora a população busque por um país isento de problemas, existe impasses a serem superados, como o desafio de combater os ataques às escolas no Brasil. Dessa forma, cabe analisar os alicerces a serem superados, a saber, a negligência governamental e a desinformação.

Diante de tal conjuntura, é imperioso destacar a omissão estatal na problemática. Nesse sentido, para John Locke, filósofo inglês, os cidadãos cedem sua confiança ao Estado que, por outro lado deve garantir os direitos básicos a eles. Todavia, a máquina pública rompe a tese de Locke ao não ofertar propostas significativas que, potencialmente, objetivem o desafio de combater os ataques às escolas no Brasil, a exemplo de criação de leis mais severas voltadas a esses ataques. Por conseguinte, tal displicência, afeta diretamente o bem-estar da comunidade escolar, levando-os a uma condição de vulnerabilidade. Logo, é urgente a adoção de uma nova conduta do Estado frente a esse contratempo.

Outrossim, é igualmente necessário discutir a respeito da desinformação. Acerca disso, Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, cunhou o termo "instituição zumbi" para denunciar instituições, que, apesar de manterem sua essência, perderam a sua função social. Sob essa ótica, a crítica de Bauman pode ser associada á mídia, a qual embora possua o papel fundamental de informar e de produzir conhecimento, age com descaso ao não promover um programa de combate a violência. Isso fica perceptível na quantidade de detalhes que a mídia fornece sobre os criminosos, colaborando, pois, para o incentivo desse crime.

Portanto, é preciso mitigar o desafio de combater os ataques às escolas no Brasil. Com vistas nisso, urge que o Estado - responsável por promover o funcionamento da sociedade - forneça segurança pública de qualidade, por meio de policiamento nas escolas, a fim de evitar ou minimizar os ataques. Outrossim, a mídia deve evitar noticiar detalhadamente a identidade dos criminosos, com fito de não alimentar o sistema. Com essas medidas, será possível converter o pensamento de Darcy Ribeiro em realidade brasileira.