A Revolta da Vacina ocorreu no Rio de Janeiro quando a população uniu-se em protesto contra a Lei de obrigatoriedade da vacina devido à desinformação sobre o medicamento e doença, assim como medo de suas consequências. No contexto atual observa-se uma lacuna educacional similar quanto à prevenção e tratamento do vírus HIV. Ausência está que leva a estigmas perpetuados pela mídia.
Em princípio, cabe destacar que o desconhecimento da população quanto a doença é um dos entraves para o combate do estigma associado aos pacientes. É dito pelo filósofo alemão Emanuel Kant que "O ser humano não é nada além do que a educação faz dele". Assim, a carência de informação acessível quanto ao vírus de HIV contribui, não apenas na continuidade de propagação da doença sexualmente transmissíveis, quanto na continuidade de preconceitos sobre aqueles que contraíram o vírus.
Além disso, a invisibilidade do tema nas mídias de amplo acesso também se apresenta como empecilho para combater estigmas relacionados ao HIV. Segundo Platão, na obra "O mito da Caverna", as pessoas apresentam uma visão distorcida da realidade quando estão numa caverna, isto é, na ausência de luz, o que afeta sua forma de pensar e agir. Um exemplo que comprova isso é haver poucos programas de televisão que abordam casos da doença de maneira respeitosa e isenta de preconceitos. Logo, a filosofia de Platão se confirma no território brasileiro, pois existem pessoas que se encontram na escuridão diante de tal problema.
Em suma, é necessário que os veículos de comunicação, como principais formadores de opinião na sociedade, abordem de forma clara o tema, a fim de conscientizar a população em todos os aspectos da doença. Pode-se, também, incluir iniciativas do Ministério da Educação, como palestras ou disponibilização de material para suprir a carência educacional quanto ao vírus do HIV. Somente assim se é possível reverter a continuidade de estigmas sobre a doença e promover a saúde pública.