Desde o surgimento da humanidade substâncias que retardam o sistema nervoso central trazendo breves sensações de prazer são utilizadas de forma recreativa e cultural por grande parcela da população mundial. Desta forma, no Brasil hodierno, a problemática do consumo excessivo de álcool além de ser um grave problema de saúde pública, resulta em uma sociedade mais inconsequente e violenta. Assim, é de extrema necessidade o controle sobre o uso dessa substância.

A partir dos fatos supracitados, a idéia do filósofo Jean Paul Sartre de que: "A violência, seja qual for a maneira em que se manifesta, é sempre uma derrota" está diretamente atrelada com a derrotada situação em que o Brasil se encontra com a alta incidencia de atos violentos causados por pessoas embriagadas. A exemplo disso, em 2023, casos como a morte de uma criança de 11 anos baleada por um homem bêbado que perdeu em uma partida de sinuca tornam-se rotineiros em programas jornalísticos. Desta maneira, é correto afirmar que, a bebida alcoólica, por inibir filtros, medos, e travas sociais, é um potencializador direto de atos violentos.

Além de tal problema citado, assim como na obra "Ensaio sobre a cegueira" de José Saramago, na qual uma sociedade em uma epidemia de cegueira faz uma analogia ao tanto que o ser humano só olha para si, o individualismo humano, que desconsidera a maneira destrutiva que pode afetar a vida do outro, é o fator que mais problematiza o uso de bebidas alcoólicas. Um exemplo claro de tal argumento são os inúmeros acidentes automobilísticos que ocorrem diariamente como o caso de Ranitla Scaramussa, jovem dentista assassinada por um motorista bêbado que a atropelou e não prestou socorro.

Destarte, é necessária atuação governamental com o poder legislativo na criação de leis que agravem as punições de crimes cometidos sob embriaguez para uma maior precaução resultante do medo, e midiática: com a criação de campanhas publicitárias mais rígidas e realistas sobre a destruição que o álcool pode causar. Para que, casos como o de Ranitla diminuam, não pelo fim da cegueira coletiva, mas sim pelo medo de sofrer as consequências de tê-la.