Na obra "Utopia", do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega,uma vez que a formação educacional de surdos no Brasil apresenta barreiras, as quais dificultam a concretização dos planos de More. Esse cenário antagônico é fruto tanto da ausência de atuação estatal quanto do preconceito enraizado nas pessoas. Diante disso, cabe avaliar os fatos que favorecem esse quadro.
Em primeira análise, é imprescindível pontuar que os desafios para a formação educacional de deficientes auditivos no Brasil, deriva da baixa atuação dos setores governamentais, no que concerne à criação de mecanismos que coíbam tais ocorrências. Segundo pensador Thomas Hobbes, o Estado é responsável por garantir o bem-estar da população, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido a falta de intervenção das autoridades, torna-se difícil o desenvolvimento educacional de surdos, visto que o governo não garante estruturas adequadas nos âmbitos de ensino. Exemplos disso, são as escolas que apresentam limitações para PCD's, tornando-se ambientes excludentes sem a presença de oficinas de libras ou materiais especiais. Esses desafios não contribuem com o ganho de autonomia das pessoas com deficiência.
Ademais, é imperativo ressaltar o preconceito social como promotor do problema. Historicamente, pessoas com deficiência auditiva ,assim como outros tipos de deficiência, sempre foram julgados e tratados como minoria por parcela significativa da população. Em paralelo, as dificuldades de acesso intrínsecos na sociedade são verídicos, pois isso é notório a partir da análise que o acesso à educação para os surdos só teve início a partir do período Imperial brasileiro. Partindo desse pressuposto, o preconceito existente no país colabora para que os movimentos de inclusão não se desenvolvam com a força ideal para a construção de um impacto. Tudo isso retarda a resolução do empecilho, já que a falta de posicionamento associada a descriminação contribui para perpetuação desse quadro deléterio.
Portanto, indubitavelmente medidas são necessárias para resolver esse problema. Dessarte, com o intuito de mitigar os desafios enfrentados na educação por pessoas surdas no Brasil, necessita-se ,urgentemente, que o Ministério da Educação, na condição de órgão responsável pelo sistema de ensino no país, invista em projetos educacionais inclusivos, realizados por meio de oficinas e direcionamento de capitais destinados exclusivamente para a estruturação de ambientes acessíveis, afim de que a equidade na educação exista para todos. Desse modo, atenuar-se-á, em médio e longo prazo,o impacto nocivo desse deslize no sistema educacional, e a coletividade alcançara a Utopia de More.