Para o filósofo grego Aristóteles, o trabalho está diretamente relacionado a uma hierarquia, onde existe quem manda e quem obedece, de maneira análoga ao assédio moral que acontece no ambiente de trabalho. Nesse prisma destacam-se dois aspectos importantes: o abuso de poder de alguém com um cargo mais importante a outros que possuem cargos mais baixos e o silenciamento de vítimas do abuso para que possam manter seus empregos.

Primeiramente, é indubitável que o abuso de poder recorrente está intrinsecamente ligado a hierarquia dentro dessas empresas, pois muitos chefes utilizam o medo para o controle fazendo com que seus subordinados se sintam inferiores a ele através de ameaças sobre sua demissão ou humilhação pública, por exemplo, plantando a ideia de que eles não possuem opiniões em seus trabalhos e que não possuem a oportunidade de subir de cargo futuramente.

Outrossim, de acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa do Risco Comportamental (IPRC) 87, 5% de seus entrevistados afirmam que não denunciaram seu assediador. É notório que muitas dessas pessoas tem o medo de perder seus empregos ou de que não serão levadas a sério pelas autoridades e com isso são obrigadas a permanecer em um ambiente hostil e são constantemente obrigados a cumprir exigências e metas impossíveis de serem alcançadas.

Em vista dos fatos supracitados, faz-se necessário a adoção de medidas que venham conter o assédio moral no ambiente de trabalho. Por conseguinte, cabe ao Ministério do Trabalho promover a igualdade e mostrando como se manifesta o abuso, por entre palestras em empresas e entrevistas com pessoas que o sofreram e tiveram a força e coragem de procurarem ajuda, a fim de que incentive a denúncia ao assédio e promova a punição correta ao agressor de acordo com as leis. Somente assim, será possível combater a hierarquia proposta por Aristóteles e alcançar uma sociedade igualitária como deve ser.