[Felipe082]

Definido filosoficamente como uma doutrina que visa à transformação da realidade, o ativismo possibilitou, ao longo da história, diversas mudanças sociais significativas, como o reconhecimento dos direitos civis da população negra dos Estados Unidos no final do século XX, resultado da resistência liderada pelo pastor Martin Luther King. Apesar dessa e de outras conquistas terem sido viabilizadas nas últimas décadas, a reivindicação de paridade entre todos os cidadãos ainda é recorrente na atualidade e, cada vez mais, tem se popularizado em um novo meio: as redes sociais. O chamado “ciberativismo” – ativismo realizado no ambiente virtual – é um fenômeno complexo cuja dualidade deve ser analisada. Por um lado, democratiza a participação de indivíduos anônimos; por outro, potencializa a alienação ideológica.
Segundo o historiador italiano Norberto Bobbio, a democracia substancial difere da democracia formal por envolver a participação efetiva, e não apenas teórica, dos cidadãos. A partir desse pressuposto, observa-se que o “ciberativismo” contribui para o fortalecimento da democracia substancial, haja vista que, muitas vezes, amplia o alcance dos posicionamentos dos usuários independentemente do seu nível de influência fora da internet. Um exemplo disso é que, ao contrário de Luther King, cuja reputação foi construída após anos de ativismo, os líderes do movimento “Black Lives Matter” – o qual defende a valorização das vidas negras – organizaram protestos nas redes sociais sem que fossem notáveis anteriormente. É indubitável, portanto, que o ambiente virtual assegura aos usuários o poder de promover mudanças sociais.
Em contrapartida, alguns mecanismos utilizados pelas redes sociais podem limitar o pensamento crítico dos indivíduos. Nesse sentido, o documentário “O dilema das redes”, da Netflix, mostra que as grandes empresas de tecnologia utilizam algoritmos que filtram os interesses dos usuários e, com base nisso, restringem as interações a uma espécie de “bolha”, ou seja, um núcleo reduzido de pessoas e de opiniões. Cria-se, como consequência, a ilusão de que somente os pensamentos legitimados por aquela comunidade são corretos, o que favorece a alienação ideológica. Nesse cenário, o “ciberativismo” pode tornar-se danoso caso ocorra o chamado “cancelamento” – rejeição a quem adota um comportamento ou um posicionamento pouco aceito pelo grupo. Logo, é evidente a necessidade de respeitar a pluralidade de ideias.
Diante desses aspectos, percebe-se que o ativismo nas redes sociais pode ser utilizado tanto para combater injustiças quanto para propagá-las. A fim de que os impactos positivos se sobressaiam, o Ministério da Cidadania – órgão responsável por consolidar o exercício da cidadania – deve desenvolver, por intermédio de verbas cedidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o curso “Ciberativismo consciente”. Nesse projeto, serão realizadas “lives” em que especialistas em comunicação e em ciências sociais instruirão os usuários a respeito do papel dos indivíduos na transformação da realidade. Com essa medida, figuras como Luther King e como os líderes do movimento “Black Lives Matter” surgirão com mais frequência, propiciando uma maior paridade entre os cidadãos.

[Fortes]

Como sempre, ótima produção, Felipe. Comi alguns pontinhos devido à falta de sustentação argumentativa nos desenvolvimentos. É como dizem: -40 com amor.

Adquira uma correção dirigida com quem entende: https://linktr.ee/fortesnaredacao

[Felipe082]

Muito obrigado, @Fortes!
De fato, há falhas significativas na minha argumentação.
Quando terminei de escrever essa redação, pensei que estivesse muito boa.
Depois de lê-la com os olhos descansados, fiquei bastante decepcionado com o resultado - principalmente em relação aos parágrafos de desenvolvimento.
Mas faz parte, né?

[Fortes]

Muito obrigado, @Fortes!
De fato, há falhas significativas na minha argumentação.
Quando terminei de escrever essa redação, pensei que estivesse muito boa.
Depois de lê-la com os olhos descansados, fiquei bastante decepcionado com o resultado - principalmente em relação aos parágrafos de desenvolvimento.
Mas faz parte, né?

Com certeza, faz parte. Por isso, é preciso prestar mais atenção na argumentação e tentar não se deixar levar pelo prazer de escrever, já que, quando gostamos de dissertar, tendemos a manter os argumentos em segundo plano. É normal.

[Felipe082]