A Constituição garante o acesso à saúde. Essa garantia, no entanto, não é colocada em prática, uma vez que, devido à queda da imunização infantil, as crianças ficam em situação de risco quanto à sua saúde. Deve-se, então, analisar as causas desse problema: silenciamento da mídia e negligência estatal.

Nesse sentido, tem-se de problematizar o silêncio midiático. Isso porque os veículos comunicativos, geralmente, omitem-se frente à adversidade em questão, fortalecendo a transmissão de doenças preveníveis por vacinação em virtude do desconhecimento. “O silêncio é cúmplice da violência”, diz a filósofa Djamila Ribeiro. Djamila, de fato, tem razão, visto que, muitas vezes, as instituições midiáticas, por priorizarem a disseminação de conteúdos mais polêmicos e, logo, mais lucrativos - brigas entre celebridades, por exemplo -, não informam a população a respeito da importância de se imunizar os menores. Por conseguinte, os pais, destituídos de conhecimento, tendem a não vacinar os seus filhos, gerando consequências graves a eles, como a contração de enfermidades graves - poliomielite, caxumba.

Ademais, culpabiliza-se a inoperância governamental. Tal responsabilização é válida pois o Estado, usualmente, não ajuda no combate à redução da vacinação mirim, diminuindo a imunidade de rebanho. A cantora Billie Eilish, em “Register to vote”, afirma que os políticos ignoram os empecilhos sociais. Billie está correta, haja vista que, por vezes, os governantes, por focarem o investimento em áreas mais profícuas - agronegócio, por exemplo -, não tomam ações capazes de promover o fácil acesso aos centros de vacinação, como a expansão dos serviços em áreas periféricas e rurais e a ampliação dos dias de funcionamento. Em efeito, diversos genitores, seja por residirem em locais distantes, seja por não possuírem tempo suficiente devido ao trabalho e/ou aos estudos, não podem levar os filhos aos centros de imunização, comprometendo a cobertura vacinal e, logo, a imunidade de rebanho, fazendo com que doenças erradicadas ou controladas possam ressurgir, o que afeta o bem-estar da coletividade.

Portanto, visando à ampliação da imunização infantil, o Poder Executivo, por meio do Ministério das Comunicações - órgão responsável pela informação no país -, deve disseminar conteúdos relevantes acerca da essencialidade da vacinação, além de aumentar o acesso aos centros de imunização via expansão em zonas distantes e dilatação dos horários de funcionamento.