A literatura fala sobre um povo capaz de se mutilar, ficar sem comer e até quebrar seus dentes, tudo por fins estéticos, povo esse chamado de "Sonacirema" ou, do contrário, "Americanos". Evidenciando que tais práticas são crescentes por toda a América, tendo como único objetivo: o corpo perfeito, sem levar em consideração a saúde. O Brasil é o país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo e é claro que um número alto expõem também resultados negativos. Para se tornar tão banal, as cirurgias precisam de popularidade e meios de serem realizadas.
As tecnologias fazem parte da nossa vida, usadas inclusive profissionalmente, como no caso dos influenciadores digitais, com suas vidas perfeitas e, principalmente, corpos perfeitos. É grande o número de influenciadoras que fazem a famosa Lipo Led, que mostram seus silicones e seus rostos perfeitamente harmônicos. De modo que, não apenas normalizam, mas romantizam inúmeras cirurgias e influenciam aos demais para buscarem isso.
Desses procedimentos, 73% são intervenções e 27% são cirurgias reparadoras, isso se dá pelo fato de que, apesar de populares, eles carecem de estudos especializados e bons materiais cirúrgicos, tornando-os caros. Para barateá-los e torná-los possíveis para a população, as clínicas optam por profissionais não tão experientes ou materiais de baixa qualidade. Para exemplo, tem-se uma clínica de estética de São Paulo, a qual roubava próteses de túmulos para revender por um preço menor, prática essa que comprometia a saúde dos pacientes, fato divulgado pelo Jornal Nacional em 2021. Fazendo assim, com que os pacientes necessitem de intervenção ou reparação.
Portanto, a romantização e o barateamento das cirurgias plásticas trazem sérios riscos à saúde brasileira. Cabe ao Ministério de Saúde trabalhar com mais seriedade acerca desses procedimentos, seja pela divulgação dos riscos oriundos de tais práticas, de modo que as pessoas não façam cirurgias desnecessárias; seja através de maior fiscalização em relação à clínicas clandestinas, para que assim, a população tenha sua saúde preservada. Para então, diminuir essa banalização e limitá-la à literatura.