''O amor por princípio, a ordem por base; o progresso por fim''. Esse lema positivista, formulado pelo filósofo francês Auguste Comte, inspirou a frase política "Ordem e Progresso" exposta na célebre bandeira nacional. No entanto, o cenário desafiador vivenciado no Brasil representa uma antítese à máxima do símbolo pátrio, uma vez que o sedentarismo - grave problema a ser enfrentado pela sociedade - resulta na desordem e no retrocesso do desenvolvimento social. Desse modo, não só a negligência do Estado, como também a falta de empatia - reflexo do individualismo - solidificam tal mazela.
A princípio, é interessante pontuar que a negligência do Estado é uma das causas do problema no país. De acordo com a Constituição Federal de 1988, a saúde é um direito social. Nesse sentido, imagina-se que o sedentarismo é garantido por tais direitos, pois a falta de exercícios físicos gera danos a saúde. No entanto, infelizmente, o Estado não atua em defesa do ponto de vista coletivo previsto constitucionalmente, já que grande parte da sociedade ainda sofre com essa paridade. Esse sofrimento ocorre pelo pouco estimulo a atividades físicas em escolas e uso excessivo da tecnologia, gerando assim o comodismo. Portanto, é inadmissível a ineficácia do governo em não defender as garantias básicas da população verde-amarela.
Além disso, a problemática encontra terra fértil no individualismo e na falta de empatia. Isso é devido ao fato de que pessoas individualistas só pensam em si mesmo e não tem empatia com o próximo. Na obra "Modernidade Líquida" Zygmunt Bauman defende que a pós-modernidade é fortemente influenciada pelo individualismo e capitalismo. Em virtude disso, há, como consequência, o sedentarismo, com o surgimento de novas tecnologias a população está mais acomodada, pois quase tudo é feito com um simples ''clique'' . Assim, essa liquidez que influi sobre a questão do sedentarismo funciona como um forte empecilho para sua resolução.
Portanto, são necessárias medidas capazes de resolver o comodismo. Para isso, é imprescindível Ministério da Saúde - por intermédio do Ministério Social - faça palestras e campanhas em escolas públicas e privadas, redes sociais e eventos públicos, incentivando a práticas de atividades físicas, com a finalidade de alertar a população sobre os malefícios da ausência dessas práticas físicas. Assim, será consolidada uma sociedade em que o Estado desempenha corretamente seu papel social, bem como o Brasil andará rumo à ordem e ao progresso.