Na série televisa, “Sex Education”, retrata na clínica clandestina de Otis o desconhecimento e o preconceito perante as ISTs, infecções sexualmente transmissíveis. Tal conjuntura não se resume às telas, no Brasil o sexo ainda é tratado como um assunto tabu, pouco se discute na escola e em casa, observando-se sérios prejuízos como: o avanço das ISTs entre os jovens. Sob esse viés, é ideal salientar as falhas na educação sexual e a negligência do Estado em fornecer um sistema de saúde mais acessível.
É importante destacar, a priori, os erros cometidos na educação sexual. Para Rubem Alves - educador brasileiro - as escolas brasileiras são caraterizadas como “Escola Gaiola”, haja vista que elas não promovem informações sobre o uso correto de preservativos contra as ISTs, tampouco sobre educação sexual, em geral. Devido à prorrogação de um pensamento arcaico enraizado na sociedade, o qual trata o tema como proibido. Por conseguinte, os adolescentes que possuem uma vida sexual ativa, muitas das vezes contraem essas infecções por não terem conhecimento sobre as formas de prevenção.
Outrossim, vale ressaltar o descaso estatal em promover um sistema de saúde popular mais acessível. A Carta Magna de 1988 - documento de maior soberania no território nacional - valida a saúde como um direito básico de todo cidadão. Contudo, nota-se que esse direito não vem sendo assegurado, já que muitos jovens não conseguem se consultar com ginecologistas e urologistas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que a pouca disponibilidade desses profissionais. Logo, uma grande parcela de jovens possuem as infecções mas não sabem da existência delas e passam adiante para os seus parceiros sexuais.
Depreende-se, então, a necessidade de medidas que venham a controlar o avanço das ISTs entre os adolescentes brasílicos. Portanto, cabe à escola fornecer informações sobre educação sexual, por meio de palestras educacionais auxiliadas pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), a fim de que os estudantes entendam a importância do uso correto dos preservativos e dos riscos quanto a sua ausência. Ademais, o Ministério da Saúde deve aumentar a quantidade de ginecologistas e urologistas no SUS, através das verbas oriundas do Estado, para que haja um acompanhamento profissional facilitado. Assim, será possível atenuar o desenvolvimento das ISTs entre os jovens.