Na Antiguidade, os gregos e romanos caracterizavam as pessoas surdas e mudas como seres incapazes de raciocinar e incompetentes. Visto isso, indo ao encontro do tema, evidência-se no Brasil, uma naturalização de termos e expressões preconceituosas e capacitistas, que se encontram intrínsecas na sociedade, de modo que muitos não encergam como algo grave à ser erradicado. Tornando-se então, um assunto de grande importância a ser debatido.
Sob essa análise, fica explícito que um dos principais fatores que contribuem para o capacitismo em questão, é o preconceito com o "diferente" e a manutenção do "padrão normativo" na sociedade. No livro " O Extraordinário", aborda-se a história do August, uma criança que possui uma síndrome rara e tem seu rosto deformado, e enfrenta os desafios de se adaptar à escola, além de lidar com o bullying e o preconceito feito pelas outras crianças. Saindo da ficção, essa discriminação sofrida pelo protagonista ainda se perpétua de diferentes formas, seja na fala, nas atitudes, ou até mesmo na repetição de termos pejorativos voltados às pessoas com deficiência. Com isso, torna-se necessário romper com esse paradigma criado durante o Renascentimo, que existe a perfeição, e que para ser perfeito, é necessário seguir determinados padrões sociais.
Além disso, a carência de estrutura e acessibilidade às pessoas que possuem deficiências, também se configura como uma forma de capacitismo, uma vez que não oferece à eles uma comodidade e aceitação social por parte do Estado. De acordo com o filósofo Thomas Hobbes, é dever do Estado garantir o bem estar social à população. No entando, essa não é uma realidade apresentada no Brasil, visto que não há uma ampla fiscalização nos estabelecimentos afim de verificar a acessibilidade, trazendo assim em muitos casos, constrangimentos aos PcD, e aumentando a segregação entre a população.
Portanto, apesar de haver progresso nessa área do combate ao capacitismo, ainda se é muito presente na sociedade. Cabendo, assim, ao Ministério da Educação em conjunto com o Ministério da Saúde organizar campanhas nas escolas sobre integração social, com a finalidade de promover uma conscientização e aceitação das diferentes formas de ser aos jovens Além do Poder Executivo intensificar a criação e a manutenção de acessibilidade à todos, estabelecendo multas e punições aos lugares que não se adaptarem a trazer inclusão às pessoas com deficiência, a fim de minimizar o preconceito social e promover a aproximação dos indivíduos.