Pode ser considerado assédio toda conduta não consentiva e abusiva, seja por palavras ou atos. No contexto da sociedade brasileira, a cultura do assédio é um problema tão grave quanto atual. De acordo com o artigo 5° da constituição, todos os cidadãos têm direito de ir e vir. No entanto, devido aos numerosos casos de assédio, muitas mulheres deixam de andar por determinados locais ou até mesmo preferem ficar reclusas em casa, sendo privadas de seu direito. Esse cenário ocorre devido a objetificação das mulheres e a falta de debate sobre o tema.
Em primeiro caso, tem-se a objetificação das mulheres, que ocorre quando as mulheres são fetichizadas como um ser do sexo frágil e com um ser indefeso. De acordo com dados divulgados pela campanha Chega de Fiu Fiu, 85% das mulheres já tiveram seus corpos tocados sem consentimento. Nesse quadro, é notória a consequência da objetificação feminina, que se manisfesta quando homens cometem ataques à dignidade das mulheres apenas por serem mulheres.
Em segundo plano, apresenta-se a falta de debate sobre o tema, verificada na normalização e no aumento da cultura do assédio. Segundo o filósofo Pitágoras, é preciso educar as crianças, para que não seja necessário castigar os homens. Nesse viés, evidencia-se a necessidade de educar não só as crianças, mas a sociedade como um todo quanto ao assédio.
Portanto, é primordial que o Governo Federal, por meio de uma parceria com o MEC e a ONU Mulheres - Organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero -, promova debates acerca da objetificação das mulheres e da cultura do assédio, afim de conscientizar a sociedade quanto ao tema, para que se tenha um corpo social educado e mais respeitoso para com as mulheres. Somente assim, não será necessário punir os homens.