O célebre filme "Central do Brasil"evidencia a vulnerabilidade e dependência de uma minoria ao pedirem para que Dora, interpretada por Fernanda Montegro, escreva cartas aos seus parentes. Todavia, sem saber o destino das missivas, acabam por serem persuadidos pela mulher, fazendo assim uma alusão crítica à realidade atual. Ademais, de acordo com os dados mais recentes do IBGE, estima-se que 8,3% da população brasileira está inserida nessa classificação. Com base nas referências supracitadas, torna-se imprescindível questionar o porquê dessas classes subalternas perdurarem sem o básico conhecimento, levando em conta as inúmeras injustiças as quais tal parcela da sociedade é submetida.
Sob esse viés, analisando paronamicamente o período escravocata, destaca-se a ausência de politicas públicas mesmo após a abolição da escravidão. Segundo pesquisas da Pnad(Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilio), dados apontam que entre pretos ou pardos a porcentagem de analfabetos é quase o triplo do que entre brancos. Destarte, convém considerar que o fator racial é um dos aspectos que corroboram para a expansão do analfabetismo.
Ainda mais, a deficiência na educação e a falta de infraestrutura nas redes de ensino podem desencadear a elevação dos índices de abandono escolar. Impelir a manutenção do status quo não favorece a erradicação do problema. Ao contrário, por conseguinte, acaba na maioria das vezes sendo transformada paulatinamente em um paradigma nefasto. Este tem como resultado à evasão escolar, tendo em vista os fatores desestimulantes.
Em síntese, cabe ao Ministério da Educação ter em sua perspectiva um olhar de alteridade sob os indivíduos mediante à promoção de reuniões de reestruturação da política de alfabetização. Com isso, abre-se as portas para um possível caminho a favor do progresso contínuo e árduo em prol de uma melhor compreensão de seus papeis como cidadãos na sociedade à qual estão inseridos.