A constituição de 1988 implementou no Brasil o direito ao voto e o tornou obrigatório para pessoas entre 18 a 70 anos, apesar dessa conquista, na contemporaneidade é fato que a sociedade não se interessa por política, problema esse impulsionado pela falta de compreensão sobre o sistema eleitoral, nesse sentido faltam promoções as transformações sociais que o país necessita.
Em primeira análise, evidencia-se que a falta de comprometimento político é uma causa latente do problema. Uma pesquisa realizada pelo DataSenado revelou que houve uma queda de 10% na taxa de brasileiros com interesse em política em relação à década passada. Para os eleitores entrevistados, um dos motivos do desinteresse é o baixo nível de conhecimento sobre o sistema político, atrelado a deficiências no ensino, que não transmite informações sobre o tema de forma eficiente. Consoante há a percepção de que os atores políticos buscam manter a população alienada dessas questões.
Nesse cenário, a outra causa para a configuração do problema é uma falha educacional. De acordo com o filósofo Immanuel Kant, o homem não é nada além da sua educação, sendo um resultado desse processo. Sob essa lógica, se há um problema social, há uma instrução lacunar. No que tange fazer do voto um meio para promover modificações na estrutura social do Brasil, nota-se uma forte influência dessa causa, uma vez que a maioria das instituições de ensino não abordam essa temática em sala de aula.
Depreende-se, portanto, a adoção de medidas que venham ratificar a importância e o funcionamento do voto. Dessa maneira, cabe ao Ministério da Educação, órgão responsável pelo sistema de ensino do país, promover a implementação da educação eleitoral como parte do currículo obrigatório nas instituições de ensino, por meio de palestras e rodas de conversa a respeito do tema, a fim de conscientizar e incentivar a população quanto à participação social nas tomadas de decisões políticas. Somente assim as transformações sociais que o país necessita poderão ser promovidas.