Segundo o "Contrato Social", proposto pela contratualista John Locke, cabe ao Estado fornecer medidas que garantam o bem-estar coletivo. Entretanto, na medida em que o problema da violência contra a mulher persiste no Brasil, percebe-se uma realidade contrária a esse conceito.
Em decorrência dos fatos supracitados, é importante ressaltar que a logística de segurança, no país, é extremamente precária. Muitas pessoas não tem conhecimento acerca da patrulha Maria da Penha, que muitas vezes é realizada por políciais homens, e nem sobre seus direitos. O canal de comunicação e denúncias de violência e abuso é quase inexistente, dado a sua falta de divulgação, as delegacias da mulher extremamente mal localizadas e com infraestrutura enfraquecida. Nesse sentido, segundo o filósofo Zygmunt Bauman, o Estado estaria ocupando uma posição de "Instituição Zumbi", onde não haveria cumprimento adequado para com sua função social, tornando-se assim um zumbi diante da sua qualificação.
Ademais, a falta de amparo governamental e social nesses casos, corrobora ainda mais para o enraizamento e a normalização da violência contra a mulher no país. É de extrema necessidade destacar os dados do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, referentes ao ano de 2022, onde no Brasil, uma mulher é assassinada a cada 6 horas. Os motivos envolviam ciúmes por parte do parceiro ou a não aceitação do fim do relacionamento. Esse cenário se adequa a fala do educador e filósofo Paulo Freire, "os exemplos transmitidos para a criança, muitas vezes definem a sua forma de agir e de pensar no futuro".
Portanto, é de dever do Governo Federal, em parceria com o Ministério da Mulher e dos Direitos Humanos, investir por meio de tributos fiscais em leis que garantam a segurança das mulheres, canais de fácil acesso para denúncias e na divulgação de serviços de apoio às vítimas, a fim de melhorar a qualidade de vida.