O conceito de “Sociedade Ideal”, defendido pelo filósofo Platão, é a sociedade justa, ou seja, a que respeita o princípio de igualdade natural entre todos os seres humanos, o que concede a eles cláusulas perante a lei. Nesse sentido, em analogia a tese Platônica, observa-se que as falhas persistentes no que tange o cenário da literatura como meio de ressocialização de detentos são recorrentes pela falta de diálogo no corpo social moderno. Em vista disso, percebe-se que a conjuntura é motivada pelo descaso governamental e, também pela irracionalidade social, impasses esses constantes no aspecto coetâneo da Federação.
A primórdio, é imprescindível analisar que o descaso governamental deve-se, principalmente, à omissão do Estado, uma vez que esse não executa o direito fundamental à ressocialização do preso estabelecido na lei de execução penal instituida em 1984. À vista disso, o Ministério da Educação, pela falta de políticas públicas eficazes como programas voltados ao conhecimento e campanhas informacionais sobre as oportunidades de ressocialização que a literatura traz, para solucionar o imbróglio, fere a legislação. Isso devido ao fato de que a ausência de conhecimento dos ex-detentos acerca das possibilidades de reinserção social faz com que eles tenham menor perspectiva de futuro, principalmente voltadas ao mercado de trabalho. Desse modo, essas práticas não corroboram com os preceitos e princípios de justiça positivados.
Além disso, conforme o conceito de “Banalidade do mal”, cunhado pela filósofa Hannah Arendt, quando uma atitude hostil ocorre constantemente, há a naturalização dos obstáculos por falta de reflexão. Dessa maneira, isso evidencia a irracionalidade social em relação ao não debate sobre a literatura como meio de ressocialização de detentos. Logo, urge a intermediação dessa questão com ênfase em princípios normativos
Diante dos argumentos supracitados, são imprescindíveis mudanças para alterar esse quadro. Para isso, o Ministério da Educação deve inserir, dentro do sistema prisional, capacitações técnicas visando a preparação para o mercado de trabalho, campanhas informacionais acerca das possibilidades advindas através da literatura e materiais/suporte para que isso ocorra. Sobretudo, essas ações serão feitas com Professores da Rede de Educação, por meio de verbas da União do fundo rotativo. Com isso, a questão da reinserção social dos apenados será intermediada na contemporaneidade.