A Alegoria da Caverna, do filósofo Platão, retrata a situação de indivíduos que se recusavam a enxergar a verdade em razão do medo de saírem de suas zonas de conforto. De modo similar, é nítido que a realidade brasileira caracteriza-se com o mesmo impasse no que tange aos efeitos da falta de proteção ambiental, visto que por mais pernicioso que seja esse quadro, poucos são os esforços destinados a resolvê-lo. Nesse sentido, é fulcral pontuar que esse imbróglio é fruto tanto do descaso estatal, quanto das falhas no sistema de ensino.
Sob essa perspectiva, é de suma magnitude salientar que a inoperância governamental é um aspecto determinante para a persistência do revés. Tal cenário assemelha-se ao trecho da canção "Que país é esse?", do produtor musical Renato Russo, o qual expressa que ninguém respeita as normas constitucionais, mas todos acreditam no progresso da pátria. Analogamente, apesar da Carta Magna, na teoria, garantir aos cidadãos a plena preservação ambiental, a escassez de rigor no que concerne ao cumprimento das leis ratifica o oposto do decreto legislativo. Por conseguinte, essa negligência impacta de modo nocivo o ecossistema.
Outrossim, é imperioso destacar a base pegadogica lacunar como um obstáculo para a resolução do óbice. Conforme o sociólogo Émile Durkheim, a instituição escolar tem o cunho de suscitar e desenvolver o senso crítico da coletividade. No entanto, é nítido que a tese do intelectual não está sendo aplicada na contemporaneidade, uma vez que a carência de debates com o fito de elucidar os discentes acerca dos imensuráveis malefícios das ações antrópicas na biosfera e quais condutas devem ser efetuadas para atenuar esse panorama de iniquidade corrobora o contrário.
Em síntese, é evidente que medidas estratégicas são imprescindíveis para alternar esse contexto. Para isso, cabe ao Ministério da Educação, órgão responsável pela prosperidade educacional do país, por meio de parcerias com as prefeituras, promoverem oficinas didáticas, em escolas e universidades, com o objetivo de informar os estudantes a respeito dos prejuízos gerados pela atividade humana no meio ambiente e quais atitudes individuais e coletivas podem ser realizadas. Destarte, a alegoria escrita por Platão poderá permanecer apenas na esfera filosófica.