Ao afirmar em sua célebre canção "O Tempo Não Para", o poeta e compositor Cazuza faz, de certo modo, uma comparação entre o futuro e o passado. De fato, ele estava certo, pois o suicídio entre jovens brasileiros não é um problema exclusivamente atual, uma vez que acontece desde o século XIX e vem se alastrando aos dias atuais. Desse modo, na contemporaneidade, as dificuldades ainda persistem, seja pela precariedade de um suporte social, seja pela negligência governamental.
Sob essa perspectiva, convém enfatizar que o apoio social está entre as principais causas desta adversidade entre os jovens brasileiros. De acordo com, Jean-Paul Sartre a violência independente da maneira que ela se manifesta e independente de qual seja sua forma, é sempre uma derrota. Nesse sentido, a falta de diálogo na sociedade segue aumentando e trazendo consigo uma série de problemas como, violência, agressões verbais, falta de respeito, além de contribuir significativamente para que o relacionamento vá ladeira abaixo. Dessa forma, é inaceitável que, em pleno século XXI, esse problema persista.
Ademais convém ressaltar a negligência governamental como mais um dos fatores que agravam o impasse. De acordo com, a constituição federal de 1988, documento jurídico mais importante do país, prevê em seu artigo 6°, o direito a segurança e a saúde como inerente a todo cidadão brasileiro. Conquanto, tal prerrogativa não se tem reverberado com eficiência na prática quando se observa o suicídio entre os jovens brasileiros, dificultando, dessa maneira, a universalização desse direito social tão importante. Paralelo a isso, essa conjuntura segundo as ideias do filósofo John Locke, configura-se como uma violação do "contrato social", já que o estado não cumpre sua função de garantir que os cidadãos desfrutem de direitos indispensáveis, como a segurança, o que infelizmente é evidente no país.
Portanto, são necessárias medidas capazes de diminuir o problema. Desse modo, a fim de combater esse obstáculo, é imprescindível que o governo brasileiro, por intermédio de programas sociais e incentivo financeiro aos métodos de suporte social, crie instituições que irão condicionar e estimular as pessoas a desenvolverem as competências socioemocionais, além de atuarem na melhora da proteção à saúde mental - a fim de minimizar o suicídio entre os jovens brasileiros. Assim, se consolidará uma sociedade mais humana; onde o estado desempenha corretamente seu "contrato social", tal como afirma John Locke.