Historicamente o Brasil é composto pela diversidade religiosa, sendo a cristã a mais numerosa e oficial. No entanto, as relações entre as religiões nem sempre são harmoniosas, muitas vezes marcadas por conflitos de caráter intolerante. Mas como intervir nestes conflitos?
Frequentemente são apresentadas nos noticiários cenas de violência decorrentes de intolerância religiosa, principalmente em relação às de matriz africana. Casas de umbanda e candomblé destruídas e praticantes violentamente agredidos ou até mortos são alguns exemplos de práticas intolerantes mais recorrentes.
Embora o Estado seja laico, a realidade diz outra coisa. Muitas vezes, os valores morais e religiosos se sobrepõem ao bem-estar coletivo, o qual é diverso. Como resultado disso, as diretrizes universais dos direitos humanos são negligenciadas. O direito de exercer a cidadania, inclusive de expressar a fé, uma fé não-cristã, por exemplo, torna-se tolida.
É necessário fortalecer os debates sobre a intolerância religiosa, seja no âmbito das escolas, da família e da própria política pública. Compreender que religião não pode ser instrumento de opressão, mas sim um caminho onde cada pessoa deve, em tese, construir seus valores para o bem individual e coletivo.