Primordialmente, é lícito postular que a falta de empatia dos carcereiros para com os detentos colabora com a perpetuidade da mazela. Nesse contexto, a música "Sampa", de Caetano Veloso, traz a frase "é que Narciso acha feio o que não é espelho". Narciso é um personagem mítico que se apaixonou pela própria imagem, e, na música, essa referência simboliza as pessoas que menosprezam outras por serem diferentes delas. Sob essa perspectiva, é notório que tal atitude é análoga ao quadro brasileiro atual, uma vez que os agentes penitenciários, por não receberem o devido preparo para lidar com os presidiários, acabam desenvolvendo e fomentando o preconceito contra eles, influenciados também por estereótipos sociais. Isso culmina em atitudes agressivas e repressivas em desfavor desse grupo marginalizado, que sofrem com a degradação de sua saúde mental e com o aumento dos conflitos dentro do sistema prisional.
Em segunda análise, é válido ressaltar que o comportamento violento por parte dos encarcerados é uma consequência desse cenário. Nesse sentido, a teoria de Eros e Thanatos, proposta pelo psicanalista austríaco Sigmund Freud, se mostra relevante. Eros representa o instinto construtivo, a intenção de vida e sobrevivência, enquanto Thanatos é o instinto destrutivo e agressivo, sendo controlado pelas convenções sociais. Por esse princípio, é perceptível que tal panorama ocorre em território nacional, especialmente no que diz respeito ao fato de que os prisioneiros recebem um tratamento desumano durante todo o tempo que passam nas cadeias, o que estimula o seu Thanatos, instigando uma personalidade agressiva e hostil. Isso faz com que saiam desse ambiente prisional ainda mais suscetíveis a reincidir na criminalidade, dificultando seu processo de ressocialização e perpetuando o ciclo de violência. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.
Destarte, infere-se que medidas são necessárias para mitigar esse entrave. Sendo assim, o Ministério da Cidadania, órgão de defesa dos direitos civis, deve assegurar o direito dos encarcerados a um tratamento digno, por meio de programas de treinamento adequado aos agentes penitenciários, a fim de ensiná-los a lidar de maneira mais eficaz com essas pessoas. Isso contribuirá para a formação de indivíduos mais aptos ao convívio social no momento em que forem libertos de suas celas. Quiçá, por meio dessa via, poder-se-ia vislumbrar a possibilidade de o cenário retratado por George Orwell em A Revolução dos Bichos deixar de ser uma realidade no Brasil.
Demonstrar domínio da norma da língua escrita.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada